sábado, 6 de fevereiro de 2010

CAVALOS


Cavalos

Até hoje, muito embora algumas tentativas, o cavalo ainda não pode ser substituído por máquinas nas lidas de campo.
Estas ajudam muito, mas ainda não podem fazer o que o cavalo faz, como por exemplo, um aparte no rodeio ou numa porteira de mangueira. Além disso, o cavalo é o ingrediente que maiores belezas e alegrias produzem dentro dos trabalhos de uma estância. Ë belo, é ágil, é inteligente, é dócil, é veloz, é vaidoso, é forte, enfim nos proporciona momentos de verdadeiro encantamento, principalmente quando, em seu lombo, praticamos as mais difíceis, porém mais emotivas e alegres lidas, como o tiro de laço e o aparte, que hoje os "Crioulistas"apelidaram de "Paleteada" .
Convença-se, pois, que você jamais poderá deixar de possuir alguns, porá apoder desempenhar a contento suas atividades e, sobretudo, para poder usufruir a felicidade que eles sem dúvida alguma vão proporcionar-lhe. Confira e verá!
Existem muitas raças. Aqui no Estado do Ro Grande do Sul cria-se:1) Inglês, 2)Árabe, 3)Crioulo, 4)Quarto de Milha, 5) Manga larga, 6)Percheron, etc.

Suas principais características são:

1.Inglês: Muito altos, extremamente velozes, não se prestam muito para a lida campeira, são apropriados para carreiras de tiro longo;
2.Árabe: Altos, muito ágeis, finos de corpo, belíssimos, porém também não são aconselháveis para o campo porque são extremamente nervosos e exageradamente delgados;
3.Crioulo: São os mais rústicos dos aqui enumerados, engordam em qualquer campo, são pequenos, mas grossos e fortes, favorecendo as manobras rápidas e em espaços reduzidos, não dependem de trato suplementar além do campo. São os cavalos ideais para serviços com o gado;
4.Quarto de Milha – Muito velozes em tiros curtos de até 400 metros, prestam-se muito bem para o tiro de laço, porém perdem para o Crioulo na rusticidade porque dependem sempre, de alguma ração suplementar além do campo. São um pouco maiores que os Crioulos;
5.Manga Larga – Boníssimos para longas viagens, em face do seu bom cômodo e da velocidade que desempenham, geralmente são "marchadores" o que os fazem perder para o Crioulo num espaço vital: o pique da arrancada. O Crioulo, por ser geralmente de trote arranca com mais rapidez em face da posição das patas que, no trote, estão mais próximas umas das outras;
6.Percheron – Insuperável na força são apropriados para tração.
Diante das principais características enumeradas acima você naturalmente já deduziu a raça que mais lhe convém.
Ao iniciar sua nova atividade você, deveria adquirir algumas éguas, que, além de servirem para o trabalho também servirão para dar-lhe novos cavalos, assim sua estância faria naturalmente a renovação da cavalhada. No entanto não exagere na quantidade, porque um eqüino come por 2 ou 3 vacas, além de pastar noite e dia, ainda arranca algum pasto com a raiz.
O conceito generalizado entre os estancieiros antigos era de possuírem centenas e até milhares de eqüinos. Conheci uma proprietária, em Mostardas, Maria Joaquina Osório Velho, que chegou a possuir 2.000 animais cavalares. Meu pai, enquanto criador de certa escala, nunca teve menos de 200 eqüinos, apenas por puro prazer e um certo orgulho.
Hoje, salvo em Cabanhas especializadas em criação de cavalos, isto é absolutamente anti-econômico.

Pêlos

Já que dedicamos um capítulo aos Cavalos, seria imperdoável não falarmos sobre os seus variadíssimos pêlos. Dado a sua grande importância, dedico-lhe em capítulo especial.
O assunto é polêmico porque encerra muitas diferenças entre as várias regiões do Rio grande. Além disso, existe ainda, enorme discrepância entre as linguagens militar ou turfistas e a da gauchada campeira, que jamais chamou o cabalo zaino de castanho...
Por outro lado alguns animais possuem em seu corpo mais de uma pelagem, o que dificulta a identificação.
É oportuno lembrarmos, também, que até um ano e meio a dois anos de idade alguns eqüinos mudam a pelagem, só atingindo a definitiva a partir daí.
Como me propus, neste modesto trabalho, a transmitir aos leigos alguns ensinamentos, coerentemente permanecerei dentro desta linha, respeitando sempre o regionalismo crioulo.
São, pois, os seguintes pêlos:

*ALAZÃO: vermelho – claro alaranjado.
*AZULEGO: azulado, com uma ou outra mancha branca.
*BAIO: cor de café com leite fraco.
*BAIO CABOS – NEGROS: com pernas, crina e cola pretas.
*BAIO ENCERADO: café com leite forte e manchas arredondadas e levemente mais escuras.
*BAIO CEBRUNO: café com leite forte e argolas pretas nas quatro patas.
*BAIO RUANO: café com leite bem desmaiado e crina e cola brancas.
*BRANCO: totalmente branco
*BRAGADO: totalmente coberto de manchas brancas, vermelhas ou pretas embaralhas e indefinidas, dando a apar6encia de um buquê de flores.
*COLORADO: vermelho.
*COLORADO PINHÃO: vermelho carregado, quase encarnado.
*DOURADILHO: vermelho bem claro, que brilha quando exposto ao sol
*GATEADO: café com leite forte ou marrom fraco.
*GATEADO ROSILHO: com pintinhas brancas.
*LUBUNO: cinza
*MALACARA: geralmente cavalos vermelhos que tiverem, à frente da cabeça, uma mancha vertical, dos olhos até o focinho (outros pêlos que tiverem a mesma macha normalmente não são tratados como Malacara).
*MOURO: pequenas pintas brancas sobre o fundo preto.
*OVEIRO: manchas grandes, brancas, vermelhas ou pretas, arredondadas.
*PAMPA: o cavalo que tiver toda a cabeça branca.
*PANGARÉ: café com leite, com barriga e focinho brancos.
*PICAÇO: todo preto com qualquer mancha branca e em qualquer lugar.
*PRETO: totalmente preto
*ROSILHO: pintas brancas sobre o fundo vermelho.
*ROSILHO PRATEADO: rosilho, com a anca quase branca.
*ROSADO: é como na Serra denominam o Bragado.
*RUANO: vermelho claro e crinas e cola brancas.
*TOBIANO: faixas largas e bem definidas, brancas e vermelhas ou brancas e pretas, em geral dispostas verticalmente.
*TOBIANO ROZILHO: quando as faixas forem rosilhos.
*TOBIANO MOURO: quando as faixas forem do pêlo mouro.
*TORDILHO: fundo branco com pintas levemente mais escuras de um branco sujo.
*TORDILHO NEGRO: fundo branco com pintas de um preto desmaiado.
*TORDILHO VINAGRE: fundo branco sob pintas marrons.
*TOSTADO: cor de castanha madura.
*TOSTADO RUANO: A cor de castanha madura e crinas e cola brancas.
*ZAINO: marrom escuro
*ZAINO CRUZADO: marrom escuro e duas patas brancas desencontradas.
*ZAINO NEGRO: quase preto.
*ZAINO PINHÃO: puxado à cor de pinhão maduro.
*ZAINO TAPADO: o que não tem qualquer pinta branca.

Alguns animais possuem de 1 a 4 canelas brancas, independente da sua pelagem geral, estes são chamados de "calçados" (gateado calçado da 4 patas, etc.).

Fonte: Cyro Dutra Ferreira
Campeirismo Gaúcho – Orientações Práticas

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O GAÚCHO


Gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de ocorrência de campos naturais do Vale do Rio da Prata, entre os quais o bioma denominado pampa, supostamente descendente mestiço de espanhóis e indígenas. As peculiares características do seu modo de vida pastoril teriam forjado uma cultura própria, derivada do amálgama da cultura ibérica e indígena, adaptada ao trabalho executado nas propriedades denominadas estâncias. É assim conhecido no Brasil, enquanto que em países de língua espanhola, como Argentina e Uruguai é chamado de gaucho.

O termo também é correntemente usado como gentílico para denominar os habitantes do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Além disso, serve para denominar um tipo folclórico e um conjunto de tradições codificado e difundido por um movimento cultural agrupado em agremiações, criadas com esse fim e conhecidas como CTGs.


História

O termo originou-se no Uruguai em 1780 em um documento de Montevideu "que el expresado Díaz no consentirá en dicha estancia que se abriguen ningunos contrabandistas, bagamundos u ociosos que aqui se conocen por Gauchos." (8 de agosto de 1780). Guanches ou Guanchos gentílico dos habitantes das Ilhas Canarias na fundacao de Montevideu. Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevideu. Quando o Rei da Espanha mandou casais de agricultores das ilhas Canárias povoarem a recém-fundada Montevidéu, eles transplantaram a palavra pela qual identificavam os habitantes autóctones das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da palavra gaúcho, com pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos. Próximo ao Río Cebollatí no Uruguai, foi formada uma espécie de republiquinha fortificada gaúcha de contrabandistas canarios como uma forma de defesa das tropas de Portugal e Espanha. . m Rocha e toda a área da Lagoa Mirim e Bagé (agora no Brasil), onde os gaúchos são nascidos. Os Gaúchos (fugidos) da fronteira Portugal - Espanha nao eram guanchos, eles eram Gaúchos descrição de pessoas de hábitos nômades, ciganos, moradores em barracas ou tendas, brancos pobres, de miscigenação moura, vinda da Espanha - fugidos que viraram índios ou índios aculturados pelas missões que não possuíam terras e vendiam sua força de trabalho a criadores de gado nas regiões de ocorrência de campos naturais do vale da Lagoa Mirim, entre os quais o pampa, planície do vale do Rio da Prata e com pequena ocorrência no oeste do estado do Rio Grande do Sul, limitada, a oeste, pela cordilheira dos Andes.

O gentílico "gaúcho" foi aplicado aos habitantes da Província do Rio Grande do Sul na época do Império Brasileiro por motivos políticos, para identificá-los como beligerantes até o final da Guerra Farroupilha, sendo adotado posteriormente pelos próprios habitantes por ocasião da pacificação de Caxias, quando incorporou muitos soldados gaúchos ao Exército ao final do Confronto, sendo Osório um gaúcho que participou da Guerra do Paraguai e é patrono da arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, quando valores culturais tomaram outro significado patriótico, os cavaleiros mouros se notabilizaram na Guerra ou Confronto com o Paraguai. Também importante para adoção dessa imagem mítica para representação do Estado do Rio Grande do Sul é a influência do nativismo argentino, que no final do século XIX expressa a construção de um mito fundador da cultura da região.

Na Argentina, o poema épico Martín Fierro, de José Hernández escrita em Santana do Livramento R.S. a patria gaúcha onde ele aprende a palavra Gaúcha do uruguaio Lussich (livro deo treis Gaúchos Orientales) e dos propios riograndeses, exemplifica a utilização do elemento gaúcho como o símbolo da tradição nacional da Argentina e Uruguaia, em contradição com a opressão simbolizada pela europeização. Martín Fierro, o herói do poema, é um "gaúcho" recrutado a força pelo exército argentino, abandona seu posto e se torna um fugitivo caçado.

Os gaúchos apreciam mostrar-se como grandes cavaleiros e o cavalo do gaúcho, especialmente o cavalo crioulo, "era tudo o que ele possuía neste mundo". Durante as guerras do século XIX, que ocorreram na região, atualmente conhecida como Cone Sul, as cavalarias de todos os países eram compostas quase que inteiramente por gaúchos.

Referências

  • Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno e Rui Cardoso Nunes, editado por Martins Livreiro

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Campanha CRACK NEM PENSAR

Não ao crack!

Grupo RBS lança bandeira de guerra contra um inimigo terrível, que escraviza pessoas, destrói famílias, degrada a juventude, estimula o crime e provoca mortes.

O CTG Sentinelas do pago não podeia ficar de fora dessa campanha! Levando a Cultura a todas as comunidades e lugares. Todos na luta contra as drogas!


Código:

POESIA - Ladrão de Felicidade

LADRÃO DE FELICIDADE
Salvador Fernando Lamberty

Num paraíso de sonhos
Marlene e José se amavam
Toda vez que se encontravam
Juravam eterno amor
Mas o destino traidor
Cruel, amargo e atrevido,
Jogou seus sonhos floridos
Numa cascata de dor.

Marlene, uma moça rica,
Um futuro tão brilhante
O seu olhar fascinante
Tornava a mais preferida
Por todos era querida,
Era meiga e tão formosa,
Como o florar de uma rosa
Na primavera da vida.

Enquanto José era pobre,
Vivia do seu trabalho.
Era uma gota de orvalho
No jardim da humanidade
Com tanta honestidade,
Fibra, ardor e respeito
Tinha um coração no peito
Feito de amor e bondade.

Num lapso de muitos dias
Ele foi correspondido,
Era um romance escondido
Mas tão cheio de pureza.
Naquela estranha beleza
Pelo amor que então sentia.
Esqueceu tudo o que tinha
Para enfrentar a pobreza.

Até que um dia Marlene
Foi chamada por seu Pai:
Minha filha você vai
Contar tudo o que se passa
Não quero que uma desgraça
Venha nos trazer tristeza.
Conte tudo com franqueza
Deixe de fazer trapaça.

Marlene baixou os olhos
Lágrimas pelo seu rosto:
"Papai se lhe dou desgosto
De joelhos peço perdão.
Eu sei que a tua intenção
E que eu viva pros estudos,
Mas eu amo acima de tudo
São ordens do coração."

Houve um olhar em silêncio
Como um sinal de revolta:
"- Eu prefiro vê-la morta
Deitada sobre um caixão
Frente a uma multidão
Rodeada de quatro velas,
Prefiro nunca mais vê-la
Se casar com aquele peão."

Foi como se um temporal
Desmoronasse um castelo.
Um coração tão singelo
Pra suportar tanta dor
"- Se na vida só há um amor
E me roubam a liberdade,
Um mundo de crueldades
Para mim não tem valor."

Quando foi tarde da noite
Ela foi sem ninguém ver
Ao seu amado dizer
A sua infelicidade
E envolvidos pela maldade,
Num olhar terno e severo
Por um copo de veneno
Partiram para eternidade.

No outro dia a alvorada
Era um painel de tristezas.
Enlutou-se a natureza
Quando foram encontrados,
Estavam bem abraçados
E inertes sobre o chão,
Ela trazia entre as mãos
Num bilhete este recado:

"- Papai, teu desejo foi feito,
Podes me ver sobre a mesa
Não lamentes de tristeza,
Nem chores a infelicidade.
Fiques com tua vaidade,
Teu orgulho amaldiçoado
E o remorso de ter me roubado
A vida e a felicidade.

Diga a mamãe que lá do céu
Eu vou sentir a falta dela.
Entregues um beijo a ela
E diz pra me perdoar.
Talvez ela vá chorar
Pois parto sem dizer nada,
Já que aqui não tem morada
Pra quem aprendeu a amar."

Este foi mais um romance
Que o tal destino exauriu.
Duas flores que pelo frio
Secaram ao rigor do vento.
Com linhas de pensamento
Fornou-se um livro de ensinos,
Escrito pelo destino,
Com letras de sofrimento.

Que isso sirva de exemplo
A muitos pais de família,
Que fazem de suas filhas
Objetos de ambição.
Essa dramática lição
Mostra ao povo interesseiro.
Que o orgulho e o dinheiro
Não mandam no coração.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

HISTÓRICO DO CTG


Em Janeiro de 1986, nascia na cidade de Alvorada, o Grupo Folclórico Sentinelas do Pago. O grupo tinha a sua frente, os srs. Joacir Pereira e José Antônio Trindade Lemes, como organizador e diretor artístico respectivamente. Contava com quatro pares fundadores: Alcemar Ribeiro, Maria Celoi Trindade Lemos, Luis Alberto Torres, Fátima Helena Ribeiro, Adilson Trindade Lemos, Elaine Terezinha Torres Pereira, Daniel Antônio Torres Pereira, Janice Salazar.
Em Junho do mesmo ano, tiveram a idéia de criar um Centro de Tradições Gaúchas, que levaria o nome do grupo. Foi convidado para Patrão, o Sr José Farias e para capataz o Sr. Arno Dickel. No dia 06 de Setembro daquele ano foi realizado o 1º baile da nova entidade, no terraço da Empresa de Ônibus Soul, onde tomaram posse a primeira patronagem e as prendas de faixa.
1ª Prenda Mirim: Rossana Oliveira de Souza
1ª Prenda Juvenil: Elaine Terezinha Torres Pereira
1ª Prenda Adulta: Maria Celoi Trindade Lemes
Assim nascia o CTG Sentinelas do Pago, que tem sua sede na Rua Porto Alegre, 216 - Bairro Maria Regina - Alvorada/RS.
Em 1998, o Município de Alvorada passou por momentos de pânico, um grande temporal destruiu vários imóveis locais, inclusive nosso CTG. Mas apesar das dificuldades, com a ajuda da população local, dos comerciantes de entidades co-irmãs conseguimos reconstruir nosso Galpão.
Em dezembro de 2005 realizamos nosso 1º Rodeio, que em 2008 passou a chamar-se Rodeio Beno Scherner em homenagem a um de nossos patrões já falecido. Hoje o CTG é comandado pelo Patrão José dos Santos e conta com Invernadas Mirim, Juvenil, Adulta e Veterana.