Paixão
Côrtes relata:
“Era quase meia-noite do dia sete de
setembro de 1947. Na Avenida João pessoa, festivamente iluminada, ardia a pira. Uma multidão ansiosa
esperava os atos de encerramento de mais uma semana da Pátria.
Eu, Cyro Ferreira e Fernando vieira
estes embandeirados pelos símbolos do Rio Grande do Sul e do colégio Julio de
Castilhos, aguardávamos montados em
nossos “ pingos” as ordens da Comissão Central, que dirigia a solenidade de
apagamento do fogo simbólico.
Pouco antes de o fogo da Pátria ser
extinto, veio o comunicado para assomar à pira, subindo uma frágil escada de
madeira.
Minha ascensão ao topo de pira se fez
com alguma dificuldade, já que botas, esporas, mango, boleadeiras, chiripá e
mais o improvisado archote (feito de estopa embebida em querosene e preso à
ponto de um cabo de vassoura) atrapalhavam, de certo modo, minha locomoção na
íngreme escada com cerca de 6 metros altura. Mas persisti e alcancei o
pedestal superior do monumento. E,
diante de mim, chama da Pátria. Num gesto solene meu, estava acesa a chama
crioula!
Transportamos-la, acompanhada de meus
companheiros embandeirados, a galopito , até o salão do “Julinho”, onde foi
acender o Candeeiro Crioulo, pioneiramente.
Pela primeira vez na historia dos
acontecimentos cívicos da semana da Pátria, isto acontecia no Rio Grande do
Sul: brilhava a centelha que iria iluminar o Movimento Tradicionalista, que
estava
nascendo
e que hoje se espalha por todo o Brasil, pelo continente e pelo mundo.”
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