quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

   Patronagem  2016/2018


Patrão :     José dos Santos 

1º Capataz: Paulo Roberto Rempel
2º Capataz : Emerson Ignácio de Souza

1º Sota Capataz:  Fabiana dos Santos Thomaz
2º Sota Capataz: Vanessa Delfin Canabarro

1º  Agregado das Pilchas:  Altair Bauen Cardoso
2º Agregado das pilchas:  Lurdes Pinheiro

Conselho Fiscal:       Gilson Soares Rios
                                   Dilermando Gubert

Diretor de Esportes:   Jair Luis Scherner 
Vice Diretor de Esportes:  Alexsandro Oliveira Santana

Diretora Cultural: Mariana Leffa

Diretor de Patrimônio:   Valdir Machado

Encarregada da Cozinha :  Mariselena Martins Oliveira 

Gestão de Prendas e Peões 2015/2016

Dente de leite: Ésmy
Bonequinha: Giovanna
Bonequinha:Gabriela
Bonequinha: Izabele
Mini Mirim: Natalia
Mirim: Thais 
1* Prenda Adulta: Thyelen
2* Prenda Adulta: Alicia
1* Prenda Veterana: Vanessa
2*Prenda Veterana: Alessandra
1* Chinoca: Fabiana
Chinoca Remida: Tia Mariquinha

Piazito: Lorenzo
Piazito: Guilherme
Piazito: Rafael
Pia: Lucas
Pia: Heythor
Guri: Guilherme
Peão Adulto: Guilherme
Xiru: Paulo

Entrega de Crachá do Príncipe Heythor 

 Entrega das faixas e crachás


Destaque Tradicionalista de 2015

Destaque de nosso galpão o Sr. Altair Cardoso e Prenda destaque no Município de Alvorada Senhorita Mariana Leffa.


Representantes do galpão

Patrão José dos Santos e Sr. Altair Cardoso
Sr. Altair Cardoso e Senhorita Mariana Leffa



Palestra com NILSA LESSA




Tivemos o prazer de receber em nossa casa a esposa do grande escritor Barbosa Lessa, palestrando sobre indumentária atual e contando um pouco da vida do escritor. Em 29/04/2015

Nilsa Lessa e Mariana Leffa 



                                                       Nilsa Lessa e Fabiana Thomaz


VENHA FAZER PARTE DESTA GRANDE FAMÍLIA !!!!






TEMA DOS FESTEJOS FARROUPILHAS 2016


   A Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, reunida no dia 22 de outubro de 2015, decidiu indicar para os festejos em 2016, quando se comemoram os 180 anos da proclamação da República Rio-grandense, o tema República das Carretas. A reflexão estará disposta nos seguintes tópicos:

1- República, uma ideia: Res + publica (coisa de todos); 

2- Revolução Francesa e maçonaria: veículos de divulgação;


3- A proclamação da República – Antonio de Souza Neto nos Campos do Seival;
 

4- A instalação da República Rio-grandense – Eleição do Primeiro Governo. Piratini; 

5- Os Italianos na Revolução – republicanos e carbonários;

6- A imprensa – todos os jornais da República Rio-grandense; 

7- A organização do Governo – As carretas como meio de transporte dos documentos; 

8- A bandeira Farroupilha, o Hino Farroupilha e o Brasão: símbolos de República Rio-grandense;

9- O fim da República – Ponche Verde. Um acordo para fim das hostilidades;


 10- Ressurge a República com a Proclamação no Brasil em 1889 – Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant.No RS: Julio de Castilhos e Borges de Medeiros; 

  Por ocasião do primeiro centenário da Revolução de 1835, foi publicado em Porto Alegre, pela Livraria do Globo, o Cancioneiro da revolução de 1835, recolhido e comentado por Apolinário Porto Alegre. Comenta o autor : “No dia 12 de setembro, no seu acampamento à margem do rio Jaguarão, junto ao passo do Lageado, proclamou o valoroso guerreiro a República Rio-Grandense. Mil aclamações retumbaram, explosões de civismo que deviam repercutir em breve de coxilha em coxilha, em todo o território rio-grandense, indo pulsasse um coração que servisse nobre e lealmente à causa da liberdade. [...] Se a Neto não sobrassem outros títulos de glória, só este lhe bastaria para a posteridade. Nem nos venham dizer que somos irrequietos e insaciáveis. O que quisemos sempre, o que queremos hoje, o que quereremos amanhã, é o respeito à lei, às instituições democráticas e, portanto, à soberania popular. Governem-nos nestas condições e não há povo mais pacífico e menos dado a motins e tumultos.”

  Apolinário salienta que reuniu sob a denominação de Poesia popular os textos colhidos da tradição oral que fazem parte da publicação. Como este fragmento dedicado a Bento Gonçalves: “Bento Gonçalves da Silva / da liberdade é o guia / é herói, porque detesta / a infame tirania.” Ou este outro, dedicado ao proclamador: “Hei de mandar escrever / por montanhas e deserto / em letras d’ouro este nome: / Antônio de Souza Neto.”

   As páginas da história dos povos serão sempre exemplares. É por seus acertos e por seus erros que a humanidade prossegue. Entendemos esta data, que marca os 180 anos de um episódio tão significativo na vida do estado e do país, deva ser revisitada, comemorada, debatida, e as discussões sobre o tema haverão de ampliar o espectro do conhecimento e da compreensão de nossa jornada enquanto cultura e sociedade identificáveis.



Segue uma indicação bibliográfica sobre o tema: 

- ASSIS BRASIL, Joaquim Francisco de. História da República Rio-grandense. ERUS: Porto Alegre. 1981

- FAGUNDES, Antônio Augusto. Revolução Farroupilha. Martins Livreiro: Porto Alegre, 2008.

- FAGUNDES, Morivalde Calvet. História da Revolução Farroupilha. EDUCS: Caxias do Sul, 1984

- FLORES, Moacyr. Revolução Farroupilha. Martins Livreiro: Porto Alegre, 1984.

- FLORES, Moacyr. Modelo político dos farrapos. Mercado Aberto: Porto Alegre, 1978.

- LAYTANO, Dante de, História da República Rio-grandense. Sulina: Porto Alegre, 1983.

- LESSA, Luiz Carlos Barbosa. República das carretas. Editora das artes: Porto Alegre, 2009.

- NASCIMBENE, Luigi. Tentativa de independência do Estado do RGS. Corag/ Sedac: Porto Alegre, 2002.

- PADOIN, Maria Medianeira. Federalismo gaúcho. Companhia Editora Nacional: São Paulo, 2001.

- PORTO ALEGRE, Apolinário José Gomes. Cancioneiro da revolução de 35 – Porto Alegre, 1981.

- REVERBEL, Carlos e BONES, Elmar. Luiz Rosseti: o editor sem rosto. Copesul/ L&PM: Porto Alegre, 1996.

- RUAS, Tabajara. Minuano. BesouroBox: Porto Alegre, 2014. - RUAS, Tabajara. Neto perde sua alma. Record: Rio de Janeiro, 2001.

- RUAS, Tabajara. Os varões assinalados. L&PM: Porto Alegre, 2003.

- SPALDING, Walter. A Revolução Farroupilha. INL/MEC: São Paulo, 1980. Porto Alegre, 08 de dezembro de 2015. Vinícius Brum Presidente da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore


site retirado a informação:  http://www.mtg.org.br/public/libs/kcfinder/upload/files/01%20Vinicius%20Brum%20-%20Tema%20Festejos.pdf

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ESQUILA
ou

TOSQUIA



Considerações Gerais

A ovelha foi sem duvida, um dos primeiros animais domésticos, criados pelo homem primitivo. Os ovinos primitivos não possuíam o velo constituído de fibras de lã como atualmente, e sim formado pelos que continham uma certa quantidade de lã entremeada. É de supor que os primeiros povos que iniciaram a seleção dos ovinos já com vistas á produção de lã deveriam habitar as regiões mais frias onde a pele espécie servia de abrigo também.
Quando começaram a surgir os grandes e importantes rebanhos e as fazendas começaram a interessar-se, cada vez mais pela produção de lã, com a finalidade de aquecimento do corpo, contra os rigores do frio, então surgiu a tosa de ovinos.
A tosa, tosquia ou esquila e a mais importante das tarefas referentes a exploração de ovinos.
A tosquia e um trabalho de rotina nas fazendas criadoras de ovinos gaúchas, pois a tosa e a fase final do processo de produção de lã verificando a qualidade a qualidade e quantidade do produto.
É de suma importância que a tosa seja bem feita, para valorização da lã abdita e para contribuição na qualidade e rendimento, tanto financeiro, como da própria lã.
Para isto é essencial que a tosa seja executada com o pessoal, com experiência na atividade. Geralmente esta atividade é exercida pelo sexo masculino, por tratar-se de um trabalho que emprega a força para sua realização.




Origem do rebanho ovino no Rio Grande do Sul

A criação de ovinos no Rio Grande do Sul, foi diretamente influenciada pelas colônias espanholas. Os primeiros Ovinos eram procedentes da Argentina e Uruguai. Mas outros dizem admitem a hipótese de que os ovinos teriam vindo do oriente.
A grande falta de dados corretos sobre a história pastoril, aqui no Rio Grande do Sul, tem dificultado muito nos os estudos sobre a verdadeira origem dos atuais rebanhos que possuímos, e desenvolve a cada dia que se passa. Todos os índices nos levam a crer que as primeiras ovelhas que aqui chegaram pertenciam a raça espanhola “charrua”, eram criados, de lã grossa e de pequeno porte.
Através de vários estudos científicos já se admite hoje, que a origem do rebanho gaúcho, deve-se ao cruzamento dos ovinos de origem oriental e de raça charrua. Pois tantos os caracteres apresentados pelos defensores da origem oriental, como algumas características da ovelha charrua, são apresentadas pelo ovino criolo o qual existem muitos rebanhos.
A ovinocultura desenvolveu-se no Rio Grande do Sul devido ás condições de clima, pastagens, e por apresentar facilidade de criação, acompanhado de bovinos e equinos, as ovelhas vivem muito bem na companhia de outros animais, mesmo que não sejam de sua espécie.

Raças

O nosso rebanho está entre os de mais alta linhagem do mundo, devido ao cuidado dos estancieiros, especialmente em suas cabanhas e devido à fecundidade dos campos a boa distribuição das aguadas ao inverno propicio. Criam-se no Rio Grande do Sul de preferência, as raças Merino, Merino Australiano, Ideal, também chamada Polwarth, Merilin, Corriedale, Romney, March, Lincoln< Southdown, Crioula e Karakul.
Mas ocorre que a República Oriental do Uruguai tem campinas em maior extensão, se cotejadas com as terras rio-grandense aptas para a ovinocultura.
O Uruguai de Paysandu a Rocha de Maldonado a Artigas, traçando-se uma cruz geográfica através de seus departamentos é toda campanha pastoril-- enquanto o Rio Grande do Sul apresenta “ilhas de ovinocultura” as maiores delas a Campanha e o Planalto.

-Algumas raças atuais:

*Raça Merino Australiano

Origem: O Merino Espanhol é considerado um dos ovinos domésticos mais antigos de todos os conhecidos e é descendente de um ovino selvagem primitivo natural da Ásia Menor, o Ovis arkal.

Aspecto geral: É um animal imponente, de aspecto nobre. Bom desenvolvimento corporal. Constituição robusta. Conformação angulosa. Denota grande volume de lã. Raça especializada na produção de lã fina, apresenta um equilíbrio zootécnico orientado 80% para a produção de lã fina e 20% para a carne.

Aptidões:

Produtora de lã fina por excelência.
Lã de grande qualidade e valor industrial.
Elevado grau de rusticidade e adaptabilidade em regiões pobres e de clima desfavorável.
Longeva, produzindo economicamente até idades avançadas. Não se adapta bem em campos úmidos e baixos. Os cordeiros são bastante vulneráveis ao nascerem, têm pouca cobertura de lã e muito pouco tecido adiposo. Os machos são do tipo médio e forte e, quando bem alimentados, podem produzir capões pesados.
*Raça Ideal

Origem: O Ideal é originário da Austrália, onde é também conhecido pelo nome de Polwarth. Desde algum tempo já eram conhecidos e muito apreciados os cruzamentos alternativos entre Merinos, Lincoln e Leicester. Com a finalidade de obter um ovino que mantivesse sempre 3/4 de sangue Merino, com as aptidões desejadas, um grupo de ovinocultores australianos decidiu fixar pela seleção e consangüinidade o tipo desejado, utilizando cruzamentos entre Merino e Lincoln, ambos puros de pedigrée. É considerada, como data de formação da raça Ideal, o ano de 1880.


Aspecto geral: O Ideal é uma raça orientada mais no sentido da produção de lã, portanto com mais ênfase para os caracteres laneiros; o seu equilíbrio zootécnico é orientado 70% para a produção de lã e 30% para a carne. É um ovino de porte médio, bem constituído, denotando vivacidade e vigor, ostentando um velo volumoso. A sua conformação é bem equilibrada e denota bem suas aptidões de rusticidade e produção de lã fina.

Aptidões:

Raça rústica e prolífica.
Produz bem no sistema extensivo.
Lã de grande qualidade e valor industrial.
Em boas condições de alimentação, produz um bom cordeiro para o abate e bom capão.

*Raça Corriedale

Origem: O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln e Border Leicester, com a finalidade de produzirem animais com boa produção de lã de finura média, com comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e qualidade. Em 1879, o ovinocultor James Little, em seu estabelecimento denominado "Corriedale", na Nova Zelândia, com a finalidade de produzir um ovino de dupla aptidão, carne e lã, escolheu 4.000 ovelhas puras "Merinas" e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes acasalamentos, James Little selecionou 1.000 ovelhas e 20 machos e acasalou-os. Na produção assim obtida ele fez uma rigorosa seleção, apartando somente os animais cujos caracteres correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão, num equilíbrio de 50% carne e 50% lã. Através de consangüinidade e seleção fixou o tipo zootécnico e racial que havia programado. Outros criadores, visando os mesmos objetivos de James Little, fizeram cruzamentos do Merino com Leicester e Border Leicester. Admite-se que o atual Corriedale, além de Merino e Lincoln, possue pequeníssima percentagem de sangue Leicester e Border Leicester. O Corriedale foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911, quando foi criado o Flock Book pela "The Corriedale Sheep Society".

Aspecto geral: O ovino Corriedale tem que ter bom porte e deve dar a impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição, que se manifesta em sua conformação, própria para a produção de carne e lã. Deve ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o que lhe confere uma boa capacidade de deslocamento. Sendo um ovino de duplo propósito, com um equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e 50% para a produção de carne, deve ser um animal muito equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um velo pesado, extenso e de boa qualidade.

Aptidões:

Raça rústica e prolífica.
Produz bem no sistema extensivo.
Lã de boa qualidade e valor industrial.
Em boas condições de alimentação produz um bom cordeiro para o abate e bom capão.

*Raça Romney Marsh

Origem: Raça de origem Inglesa, também conhecida pelo nome de Kent, condado onde foi criada desde a antigüidade, sem infusão de sangue estranho. Os antecessores desta raça já eram criados na época das Cruzadas, vivendo sempre isolados das demais raças inglesas, tendo havido apenas uma tentativa de melhorá-Ia com a introdução de sangue Leicester, cujo resultado não agradou, sendo o procedimento logo abandonado. Há dois séculos os ovinos desta raça eram animais grandes, de inferior qualidade, tinham a cabeça grande, pescoço fino e comprido, membros longos e finos, velo escasso e lã muito grosseira. O melhoramento da raça foi um processo demorado, no qual foi empregado sistematicamente o método de seleção visando a obtenção de um ovino para carne, descuidando da produção de lã. Levado para a Nova Zelândia, o Romney foi orientado para o duplo propósito, melhorando a sua aptidão laneira, resultando na formação de uma raça produtora de carne 60% e lã grossa e longa 40%. Na formação do Romney Marsh, além do método de seleção, foi também usada consangüinidade. Em 1897 foi criado o primeiro registro genealógico da raça "Kent or Romney Marsh Sheep Breeder Association"; entretanto documentos antiqüíssimos mantidos na Biblioteca da Catedral de Canterbury, fazem referência a rebanhos existentes no ano de 1275, no "Priorato de Christchurch".

Aspecto geral: O Romney Marsh deve ter o aspecto geral de um animal compacto, vigoroso e bem implantado, denotando vivacidade e nobreza racial. Sendo uma raça desenvolvida e aperfeiçoada mais para a produção de carne, deve ser grande, com boa carcaça, possuindo membros fortes e vigorosos. É uma raça de duplo propósito, apresentando um equilíbrio zootécnico orientado 60% para a produção de carne e 40% para a produção de lã grossa. A conformação carniceira e a constituição robusta são, portanto, os principais atríbutos que o ovino Romney Marsh deve ostentar.

Aptidões:

Produtor de carne e lã, com maior ênfase econômica para a carne. Extremamente rústico, suportando bem as condições de campos úmidos. Em criação extensiva, os capões chegam a atingir 80 a 90 Kg.
Os cordeiros são bastante precoces, de rebanho bem definidos, chegam a produzir de 28 a 30 Kg aos 5 meses de idade e a campo.

*Raça Hampshire Down

Origem: A raça Hampshire Down teve como berço os condados de Wilts, Hants e Dorset, no sul da Inglaterra, região bastante fértil e levemente ondulada, conhecida popularmente como West Downs. Os seus ancestrais eram ovinos primitivos que pertenciam a duas raças: Wiltshire e Berkshire Knots. Os Wiltshire eram grandes, com cara e patas sem lã e com chifres recurvados para trás, e os Berkshire Knots possuíam a cara e as patas negras. Ambas apresentavam animais de corpo estreito, com pernas longas, prolíficos e rústicos, mas com pouca cobertura muscular. Procurando melhorar a aptidão carniceira destes ovinos, os criadores aperfeiçoaram o sistema de alimentação e iniciaram os cruzamentos com a raça Southdown, que foi introduzida nos rebanhos Wiltshire e Berkshire no início do século XIX. A partir de 1845, o conceito de precocidade, qualidade e engorde modificou o sistema de criação, iniciando o aperfeiçoamento desta raça, cujo principal cultor na época foi Mr. Wm. Humphries, que conseguiu fixar um tipo bastante uniforme mediante o emprego de consangüinidade. Em 1889, foi criada na Inglaterra a "Hampshire Down Sheep Breeders Association", com sede em Salisbury, e, em 1890, editou-se o primeiro Flock Book do Hampshire Down.

Aspecto geral: Ovino de tamanho grande, conformação harmoniosa e constituição robusta, compacto e musculoso, evidenciando, à primeira vista, grande definição racial e sua especialização como produtor de carne.

Aptidões:

Raça especializada na produção de carne.
De boa capacidade de adaptação aos diferentes meios e regimes de criação.
Precoce, pois os cordeiros bem alimentados atingem 35 Kg de peso vivo aos 3 ou 4 meses, com rendimentos de carcaça de 45 a 50% e com pesos de 14 a 18 Kg.
Carcaça de boa qualidade.
Boa fertilidade e prolífica, atingindo índices de nascimento de 140%.
Muito indicada ainda para cruzamentos industriais.

*Raça Texel

Origem: A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome, na Holanda, cujo solo é, em sua maioria, arenoso, sendo em parte acima e em parte abaixo do nível do mar (polder). A vegetação era muito pobre e os antigos ovinos aí existentes eram de pouco desenvolvimento, tardios, pequenos, não eram prolíficos, de velo leve e lã de mediana qualidade, entretanto, a sua carne era magra e saborosa. Em fins do século XIX e início do século XX, a ovinocultura da ilha começou a sofrer modificações. Graças ao emprego cada vez maior de adubação nos solos da ilha, o que veio a proporcionar melhores pastagens, a alimentação dos ovinos melhorou muito. Por esta mesma época, os criadores passaram a cruzar as antigas ovelhas locais com carneiros de raças inglesas. Segundo a tradição oral da região, provavelmente foram utilizados reprodutores Leicester, Border Leicester e Lincoln, sendo que também é provável que tenham feito algum uso de carneiros Southdow, Hampshire e Wensleydale. Entretanto, de todas as raças utilizadas, parece que a Lincoln é a que mais influenciou na formação do Texel. Depois de certo tempo de experiência de cruzamentos, os criadores voltaram a utilizar os reprodutores puros da antiga raça da ilha. Graças ao melhoramento da alimentação e mais especialmente ao trabalho bem orientado de um grupo de ovinocultores, que entre outros procedimentos empregaram um bem adequado método de seleção, surgiu na ilha uma nova raça Texel, tal como a conhecemos atualmente.

Aspecto geral: Ovino de tamanho médio, tendendo para grande, muito compacto, com massas musculares volumosas e arredondadas, constituição robusta, evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão predominantemente carniceira. Atualmente é considerada uma raça de carne e lã, pois, a par de uma carcaça de ótima qualidade e peso, produz ainda apreciável quantidade de lã.

Aptidões:

Rústica, produzindo bem no sistema extensivo e semi-intensivo.
Produz um ótima carcaça, com gordura muito reduzida.
Precoce, pois em condições de pastagens, entre os 30 e 90 dias de idade, os cordeiros machos têm ganhos de peso médio diário de 300g e as fêmeas de 275gramas. Aos 70 dias de idade, os machos bem formados atingem 27 Kg e as fêmeas, 23 Kg.
Prolífica, pois atinge índices de nascimento de 160%, tendo atingido na França índices de 190 até 200%.
Os carneiros atingem pesos de 110 a 120 Kg e as fêmeas adultas 80 a 90 Kg e, já tendo ultrapassado tais pesos, os carneiros tratados já atingiram 160 Kg e as ovelhas também tratadas, já atingiram mais de 100 Kg.

*Raça Ile de France

Origem: O berço da raça é a França, na região da bacia parisiense, denominada Ile de France. A partir de 1816, técnicos franceses iniciaram cruzamentos de ovelhas Merino Rambouillet com reprodutores New Leicester (Dishley), importados da Inglaterra. O objetivo era obter um ovino que reunisse a qualidade laneira do Merino com a aptidão carniceira do New Leicester. Os cruzamentos foram dirigidos por August Yvart, Inspetor Geral do Estado e professor da Escola Nacional de Veterinária de Alfort; daí a raça ser também conhecida inicialmente por raça de Alfort. Em 1875 participou da Exposição de Paris sob a denominação de Dishley-Merino. Em 1920 a raça recebeu uma infusão de sangue Merino Cotentin, com a finalidade de eliminar pigmentos escuros da pele do focinho. Em 1° de fevereiro de 1922, foi criado o Flock Book, sendo que a raça veio a receber a denominação definitiva em 23 de fevereiro de 1923, quando da fundação do Sindicato dos Criadores da Raça Ile de France, em consideração ao nome da região de origem.

Aspecto geral: É um ovino de grande formato, constituição robusta e conformação harmoniosa, típica do animal produtor de carne. Atualmente é considerada uma raça de duplo propósito, com um equilíbrio zootécnico orientado 60% para a produção de carne e 40% para a produção de lã.

Aptidões:

Produz uma carcaça pesada e de muita qualidade.
Muito precoce.
Os cordeiros têm muito bom ganho de peso: aos 70 dias pesam 23,2 Kg. Dos 10 aos 30 dias de idade, têm ganho de peso diário médio de 242g e, dos 30 aos 70 dias, têm ganho diário médio de 287g.
As ovelhas pesam cerca de 80 Kg e os carneiros atingem pesos de 110 a 160 Kg.
Muito prolífica, atingindo médias de nascimentos de 160%.
Produz cordeiros em diferentes épocas do ano.

*Raça Suffolk

Origem: Oriunda dos condados de Norfolk, Cambridge, Essex e Suffolk, no sudoeste da Inglaterra, foi formada a partir do cruzamento de carneiros Southdown com ovelhas selvagens de Norfolk. Estes ovinos nativos caracterizavam-se por terem os membros pretos, serem ambos os sexos aspados. Eram muito rústicos, ativos, de velo leve e conformação defeituosa, de esqueleto forte e membros compridos, mas muito prolíficos e, desde a antigüidade, eram muito apreciados pelo sabor de sua carne. A influência da raça Southdown, usada desde 1800 até 1850, determinou o desaparecimento dos chifres, melhorou a conformação e precocidade, sendo fixado o tipo por cruzamento e seleção. Desde o ano de 1810 foi considerada como raça, denominando-se primeiramente como Southdown Norfolk. Em 1859, a Associação de Agricultura admitiu exemplares para concorrerem nas exposições agrícolas e, em 1886, foi fundada a Sociedade de Criadores de Ovinos Suffolk (Suffolk Sheep Society) cuja sede é no condado de Suffolk.

Aspecto geral: O Suffolk é um ovino de grande desenvolvimento corporal, de constituição robusta e de conformação tipicamente carniceira. O seu corpo é comprido e musculoso, as extremidades desprovidas de lã e revestidas de pêlos negros e brilhantes. A postura de sua cabeça e formato das orelhas, fazem do Suffolk um ovino inconfundível. Logo à primeira vista, o Suffolk impõe a sua condição de raça carniceira.

Aptidões:

Grande capacidade de adaptações a diferentes climas.
Rústica, mas necessita de boa alimentação.
Muito precoce.
Muito prolífica, com índices de nascimento de até 165%. Parto fácil, principalmente por causa do formato longo e estreito da cabeça dos cordeiros ao nascerem.
Cordeiros com grandes ganhos de peso ao dia, até 450 gramas.
Ótimo rendimento de carcaça (50 a 60%).
Carcaça de ótima conformação e com pouca gordura externa.
Os carneiros têm uma libido muito forte.
As ovelhas têm muita aptidão materna.
Os cordeiros nascem inteiramente pretos e vão branqueando até os 4 a 5 meses de idade.
Os machos adultos atingem e ultrapassam facilmente os 150 Kg. A lã tem muita resistência, o que a torna apta para a fabricação de carpetes, estofados e forrações.

Criadores de Ovelhas

Os três municípios maiores criadores de ovelhas são, no Estado, Uruguaiana (6.500quilômetros quadrados) com 1.345.000 cabeças; Alegrete (7.820 quilômetros quadrados) com 1.160.000 ovinos; Livramento (6.920 quilômetros quadrados) com 950.000 ovinos, vindo logo Bagé, Quarai e Dom Pedrito.



Esquila ou Tosquia

o Rebanho que vai ser tosado deve ser totalmente limpo examinado a fim de estar limpo de matérias estranhas que tenham aderido ao velo.
Para isto o lote ser tosado é trazido na tarde anterior para o galpão ou mangueira. O tosador recebe o rebanho já preso ou aprisionado.
A tosa bem feita valoriza a lã obtida, pois contribui para o aumento da qualidade da lã, advindo daí um melhor e maior rendimento econômico.
Na tosa a martelo se utilizam-se tesouras de aço, de 30 cm de comprimento aproximadamente, de duas folhas, é a tesoura comum, a mesma que se usa para tosar crinas de cavalo.
A época em que a tosa deve ser efetuada, apenas uma vez por ano, porque é necessário 12 (doze) meses, para que lã tenha o comprimento normal das mechas, para ser tosquiado.
A tosa deve ser executada de preferência, a época que antecede aos grandes calores. Inicia-se em outubro estendendo-se até meados de dezembro, pois provavelmente nesta épocas o frio já passaram, não podendo mais causar a morte de muitos ovinos, por estarem desprotegidos do seu abrigo natural. Por esse motivo a tosa é sempre feita entre a primavera e o verão. Daí que o criador realiza esse trabalho, no momento mais adequado as vantagens particulares, ele não pode esquecer, também, a época do amadurecimento de certas forragens nativas, cujas sementes aderem aos velos causando grande depreciação a lã.
Nesta época é facilitada a realização da tosa, porque os animais já estão refeitos dos prejuízos da estação do inverno, e já readquiriram a suarda perdida pelas chuvas e frios do inverno, voltando a apresentar em sua lã a suavidade necessária, devido á gordura existente feri-se o animal.
Tem-se por costume iniciar a tosa numa segunda-feira, para poder aproveitar a semana toda.
Uma das coisas que os criadores cuidem e observam é a influência da lua. Segundo eles, a lua nova seria a ideal para a realização da tosa. Esta preferência é devido à crença de que haveria um crescimento mais rápido da lã, o que proporciona um velo de qualidade superior, para o próximo ano.
Já a lua quarto minguante, tem efeito contrário. Faz com que o velo tenha um crescimento lento, acarretando, para a próxima tosa, lã de baixa qualidade, qual traz sérios prejuízos aos criadores.
O mês de dezembro é o preferencial, por alguns fazendeiros, para a prática da tosa, por tratar-se da época, em que a lã pesa bem mais, os animais apresentam-se mais gordos, de forma que facilita o deslizamento da tesoura, tornando-se mais fácil a tosa e não há a possibilidade de cortar ou ferir o animal.
O essencial para a tosquia deve ser procedida é que o piso seja de cimento ou madeira, a fim de garantir a limpeza, quando não se possui nenhuma dependência assoalhada, improvisa-se um tablado ou lona limpa.
A tosquia é feita pelos próprios empregados da fazenda ou por tosquiadores que trabalhem geralmente em grupos quadrilhas, realizando o serviço por contrato.
Em primeiro lugar são presas as patas dianteiras, efetuando-se ai, a tosa da lã de “garreiro” e a “barrigueira”. Podendo-se também prender somente as patas traseiras, com a mesma finalidade, a seguir maneia-se as quatro patas cruzadas, a fim de mobilizar o ovino.
Existem alguns tosadores que iniciam a tosa pela barriga, e vão até as patas traseiras, virando o animal e seguindo pelo lado direito ou esquerdo, dependendo da preferência do tosador. O animal é inteiramente tosado, de um lado até o lombo, após virar o animal, conclui-se a tosa propriamente dita, deste a cabeça, pescoço, corpo e patas.
O número de animais que um homem pode tosquiar depende da sua habilidade, do tipo e tamanho dos animais e do processo de tosquia. Quando ele usa a tesoura manual ou martelo, um bom tosador pode obter a média de 30 animais em 8 (oito)horas de trabalho. No trabalho com máquina, o número o número pode se elevar até 80 (oitenta) animais, podendo chegar até 150 (cento e cinquenta), pois se ocupa apenas de 5 (cinco)a 6 (seis) minutos por
animal. Não basta que o trabalho seja executado com rapidez, é preciso em primeiro lugar, que não corte o animal, o que é muito comum quando não existe bastante prática e cuidado do tosquiador, o mesmo pode acontecer com a tesoura se não houver cuidado suficiente do tosquiador.







*Tosa propriamente dita com tesoura
























*Tosa com maquina


Cura após tosquia

Os animais podem sofrer ferimentos de tamanho e profundidade vari[áveis, dependendo da maior ou menor habilidade do tosador, bem como da contenção do animal.
Os ferimentos são causados por beliscões, provocados pela tesoura na pele do animal, devido a alguma ruga ou pressão exagerada da tesoura sobre o animal.
Esses ferimentos podem ser causadores de bicheiras, através da deposição de larvas (vareja), pelas moscas causando perdas econômicas, pelo debilitamento do animal, ás vezes até a morte, além do sensível aumento do serviço na propriedade. Esses problemas são evitados, quando, por ocasião dos ferimentos, o tosador usa meios preventivos, os mais diversos. Alguns utilizam o carvão, óleo queimado entre outros.
Esses mecanismos evitam a aproximação das moscas, pela estagnação do sangue, talvez, pela mudança de odor, já que agem como repelente.
Também é usado por alguns, apenas para citar, já que não se constitui em folclore, o emprego de produtos farmatológicos, como mata bicheiras, produtos em spray, pomadas.


***Material retirado do acervo de livros do IGTF.