terça-feira, 9 de novembro de 2010

CTG SENTINELAS DO PAGO NO FESTXIRU

O CTG Sentinelas do Pago, se fez presente pela 1ª vez  no XIII FESTXIRU na Cidade de Santa Maria. Evento este promovido pelo CPF Piá do Sul, que contou com a presença de 12 grupos de diferentes partes do Estado.
O grupo Xiru obteve a 8ª Colocação, com uma bela apresentação.
A coordenação técnica é de Mauro Pedroso.


"Sentinelas Cultuando as Tradições do Pago"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PAI NOSSO GAUDÉRIO

Pai Nosso


Para pedir aquela proteção e a tranquilidade na vida rezamos esse oração la para o patrão la de cima!!!


D. Luiz Felipe de Nadal, bispo de Uruguaiana


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial. Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadase repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa. Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu. Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do Sol: "Tomara que todo o mundo seja como irmão ! Ajuda-me a perdoar as afrontar e não fazer aos outros o que não quero para mim". Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro... mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito ! Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou dizer meu Deus, mas somente para ti, que tua vontade leva a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu. Amém.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DESFILE TEMÁTICO

DESFILE TEMÁTICO FARROUPILHA

Bueno! Na segunda-feira, dia 20 de setembro – data magna farroupilha, acontecerá o Desfile Temático. A concentração acontecerá a partir das 14h e o início será às 15h30min. A ordem de apresentação é a que segue: a abertura será com o 24º Batalhão de Polícia Militar (Brigada Militar), seguido pelos DTG Aconchego da Tradição (da Escola Érico Veríssimo) e DTG Unidos pela Tradição (da Escola Guerreiro Lima).

Depois será a vez das entidades tradicionalistas (filiadas e não filiadas ao MTG), com a seguinte temática:

- CTG Campeiros do Sul – A Revolução: Três Capitais Farroupilhas;

- CTG Chilena de Prata – A Vida em Família;

- CTG Sentinelas do Pago – As Festas: um Fandango, a Chula e o Truco;

- CTG Amanhecer na Querência – A Religiosidade: presença do Padre, o Casamento e o Batizado;

- CPF O Tempo e o Vento – Os Ideais farroupilhas: Assembléia Provincial e as Lojas Maçônicas;

- CTG Bento Gonçalves da Silva – Os Estrangeiros Engajados na Ideia Republicana: Giusepe Garibaldi, Lugi Rosseti, Tito Lívio Zambecari, John Pascoe Grenfell;

- CTG Amaranto Pereira – O Trabalho – A Lida de Campo e a Charqueada; - CTG Tradição – a Proclamação da República: a Bandeira e o Hino;

- DTG Raça Gaúcha – Apresentação dos líderes com suas Características e os Líderes e seus destinos pós Revolução.

Na sequência teremos o desfile campeiro, composto pelos piquetes de Cavalarianos do Departamento Campeiro da subcoordenadoria local.

PROGRAMAÇÃO NA PRAÇA CENTRAL

Bueno! A programação na Praça Central iniciou do dia 14, indo até o dia 16 com atividades culturais. No dia 17 – feriado municipal, após a ronda crioula, o espetáculo será do Grupo Oh de Casa. Dia 18, a partir das 15h30min, apresentação do Conjunto Os Xucros. Dia 19 teremos o gaitaço com Negro da Gaita e convidados (Paulo de Juli, Grupos Salamanca e Marca de Campo). Dia 20, após o desfile, gravação do programa Volmir Martins (TV Bandeirantes RS) e apresentação do Coral Municipal. Dia 22, no galpão da ACIAL (perto do Hospital), a partir das 20h, teremos a 10ª edição da Tertúlia.

FANDANGO OFICIAL FARROUPILHA

Bueno! O fandango será no galpão do CTG Chilena de Prata, no dia 25 de setembro e será animado pelo Grupo Tranco Monarca. O valor do ingresso será de apenas R$ 5,00 por pessoa. IMPORTANTE: a pilcha será obrigatória e completa, inclusive com blazer para os peões. Informações com o subcoordenador Giovani pelo fone 9149.1977 ou com o Sérgio Spier pelo fone 9307.3767

PAIXÃO CÔRTES NA FEIRA DO LIVRO

Bueno! A Escola Municipal Betinho realizará no dia 24 de setembro, a tradicional feira do Livro, que este ano tem como tema “mateando com a literatura” onde será Patrono Paixão Côrtes – líder do Grupo dos Oito, um dos responsáveis pelo surgimento do movimento tradicionalista em 1947. A feira inicia às 9h, devendo encerrar às 17h30, quando inicia o Sarau com Paixão Côrtes. Diversos CTGs já se inscreveram (e ainda dá para se inscrever) para apresentar os seus talentos ao longo do dia, tais como danças, declamação, chula, acordeom, violão, etc. E já confirmaram presença Leandro Berleze do Grupo Beira d’Estrada. A Escola fica na Rua Herbert J. de Souza, 62, no Jardim Algarve (próximo do CTG Amaranto Pereira). Contatos com o diretor Luiz Cesar pelo fone 9166.2663 ou pelo chasque eletrônico luis_cesarm@hotmail.com.

sábado, 11 de setembro de 2010

Nova Patronagem - CTG Sentinelas do PagoEm assembleia eletiva realizada dia 27/08/2010,as 20:30 no ctg Sentinelas do Pago ficou definido por acl

Em assembleia eletiva realizada dia 27/08/2010,as 20:30 no CTG Sentinelas do Pago,
ficou definido por aclamação dos sócios lá presentes, que a chapa da situaçao toma posse
para o bienio 2010-2012 . Que tem como patrao o Sr Paulo Edson ; e sua patronagem dando assim
continuidade aos trabalhos realizados na gestao anterior .
Sr Paulo Edson agradece a todos os socios , frequentadores e patronagem anterior pelo apoio lhe
dado na sua gestão e espera poder contar com todos nessa nova caminhada.
Aguardem nominata dos integrantes da patronagem e dia do baile de posse.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CHEGADA DA CHAMA CRIOULA E INÍCIO DOS FESTEJOS


TRADIÇÃO & CULTURA

Alvorada – Capital da Solidariedade

CHEGADA DA CHAMA CRIOULA E INÍCIO DOS FESTEJOS

Bueno! No dia 7, por volta do meio-dia, em cima da ponte do Guaíba, divisa de Eldorado do Sul com Porto Alegre, o piquete de Alvorada retirou uma centelha da Chama de Itaqui, e vieram pela Av. Castelo Branco, rumo a Alvorada, chegando ao final da tarde na Praça Central, onde a Chama ficará sob a guarda do Piquete Guardiões da Querência, da Brigada Militar (24º BPM) até sexta, por volta das 20h, quando iniciarão as rondas crioulas, a saber:

- Dia 10 (sexta-feira), no CTG Amaranto Pereira, com a presença:

1 – CTG Sentinelas do Pago

2 – CTG Bento Gonçalves da Silva

3 – CTG Campeiros do Sul

- Dia 11 (sábado), no CTG Bento Gonçalves, com a presença:

1 – DTG Raça Gaúcha

2 – CTG Chilena de Prata

3 – CPF O Tempo e o Vento

- Dia 12 (domingo), no CTG Tradição, com a presença:

1 – CPF O Tempo e o Vento

2 – CTG Sentinelas do Pago

3 – CTG Campeiros do Sul

- Dia 13 (segunda-feira), no CTG Sentinelas do Pago, com a presença:

1 – CTG Tradição

2 – CTG Amaranto Pereira

3 – CTG Amanhecer na Querência

- Dia 14 (terça-feira), no CTG Chilena de Prata, com a participação:

1 – CTG Bento Gonçalves da Silva

2 – CTG Amaranto Pereira

3 – CTG Amanhecer na Querência

- Dia 15 (quarta-feira), no CTG Amanhecer na Querência, com a presença:

1 – DTG Raça Gaúcha

2 – CTG Chilena de Prata

3 – CTG Tradição

- Dia 16 (quinta-feira), a ronda do DTG Raça Gaúcha (no galpão do CTG Tradição), com a presença:

1 – CTG Amaranto Pereira

2 – CTG Campeiros do Sul

3 – CTG Chilena de Prata

- Dia 17 (sexta-feira), na Praça Central, com a participação das invernadas adultas dos CTGs que vão para o Enart:

1 – CTG Amaranto Pereira

2 – CTG Bento Gonçalves

3 – CTG Chilena de Prata

- Dia 18 (sábado), no CTG Campeiros do Sul, com a participação:

1 – CPF O Tempo e o Vento

2 – CTG Sentinelas do Pago

3 – DTG Raça Gaúcha

- Dia 19 (domingo), ronda do CPF O Tempo e o Vento, no galpão do CTG Campeiros do Sul, com a presença:

1 – CTG Amanhecer na Querência

2 – CTG Tradição

3 – CTG Bento Gonçalves da Silva

Com está anunciado acima, as rondas crioulas acontecem com a presença de três entidades visitantes e isto foi feito na forma mais democrática: por sorteio. A Chama Crioula chegará sempre no galpão onde vai acontecer a ronda, entre as 20h e 20h30min. E após a entrada das bandeiras e o cerimonial, inicia a ronda crioula. Mais informações com o subcoordenador Giovani pelo fone 051.9149.4977 ou com o diretor artístico e cultural pelo fone 051.9307.3767.

DESFILE FARROUPILHA

Bueno! Na segunda-feira, dia 20 de setembro – data magna farroupilha, acontecerá o Desfile Temático. A concentração acontecerá a partir das 14h. E o início será às 15h30min. Se o vivente quiser se inteirar em relação ao regulamento do desfile, basta abrir a porteira do sítio do Sérgio Spier – www.sergiospier.blogspot.com.

FANDANGO OFICIAL FARROUPILHA

Bueno! Pra não deixar o fandango morrer, não repetindo o feito desastrado do ano passado, este ano, voltaremos a ter um fandango como antigamente, onde TODAS AS ENTIDADES se comprometem com a participação de no mínimo de 20 convites, fazendo com que o evento seja sucesso garantido de forma antecipada.

E este ano o fandango será no galpão do CTG Chilena de Prata, no dia 25 de setembro e será animado pelo Grupo Tranco Monarca. O valor do ingresso será de apenas R$ 5,00 por pessoa. IMPORTANTE: a pilcha será obrigatória e completa, inclusive com blazer para os peões. Informações com o subcoordenador Giovani pelo fone 9149.1977 ou com o diretor artístico e cultural Sérgio Spier pelo fone 9307.3767

CONJUNTO MARCA DE CAMPO

Bueno! O conjunto musical Marca de Campo de Alvorada, animará no dia 11 de setembro, grande baile de formatura no CTG Gildo de Freitas, também de Porto Alegre. Informações pelo fone 3340.8762.

CURSO DE FANDANGO

Bueno! O CTG Sentinelas do Pago, em parceria com a Academia de Danças Amaral, capitaneado por Ricardo Amaral, iniciou no último domingo, às 19h do dia 5 de setembro, curso básico de danças de fandango. E curso com aperfeiçoamento iniciou neste mesmo dia às 20h30mim. As inscrições continuam abertas nos dias 12 e 19 de setembro e os cursos continuarão aos domingos nos horários acima citados. Informações com o patrão Paulo pelo fone 051.8420.4678 ou com o próprio Amaral pelos fones 051.9683.1982 ou 051.3447.3864. O CTG fica na Rua Porto Alegre, 216, na Parada 56.

Valdemar Engroff

Telefone de casa: 051.3443.4125 – à noite; Celular: 051.9966.5164 valdemar@engroff.com.br

gaucho.valdemar@pop.com.br

ogaucho.taura@hotmail.com - MSN

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Baile de Aniversário 14 anos da Invernada Xiru

Aguardem novidades, em Setembro, grande baile de Aniversário de 14 anos da Invernada Xiru, a animação ficará a cargo do Grupo Rebeldia, e o cardápio será churrasquinhos...
Esperamos todos os amigos!
Maiores informações pelo fone:92675829.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

FESTAS JUNINAS

Origem da Festa Junina
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Festas Juninas no Nordeste
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.
Comidas típicas
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
Tradições
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
fonte: http://www.suapesquisa.com/musicacultura/historia_festa_junina.htm

As Festas Juninas no Rio Grande do Sul - Por Antônio Augusto Fagundes
As verdadeiras festas juninas do Rio Grande do Sul são as seguintes:
SANTO ANTONIO - Comemora-se a 13 de junho e, em certos municípios - como Mostardas e Tavares - manifestam-se os Ternos, hoje com menor intensidade. Embora esses cantores ambulantes lembrem os clássicos Ternos de Reis, os versos que cantam deixam bem claro o santo que evocam.
O normal é fazer a festa de Santo Antonio no dia que lhe é consagrado no calendário gregoriano, acendendo a fogueira no entardecer do dia 13 e, a partir daí, realizando as costumeiras provas de amor, jogo de prendas e salto sobre as brasas. Ultimamente, porém, está se verificando a tendência de se comemorar o dia de Santo Antonio no Dia dos Namorados (12 de junho), de inspiração comercial.
SÃO JOÃO - É a festa junina mais popular do estado, com os gaúchos acendendo fogueiras em incontáveis municípios. Ocorre, porém, frequentemente um erro: as fogueiras são acesas na véspera de São João e não, como deveria ser, à tarde do dia 24 de junho.
A roupa adequada para essa ocasião é a gauchesca de festa. A comida é a galinha frita, assada ou com arroz, a batata-doce, o pinhão (preparado de várias maneiras), o amendoim, a pipoca, a cangica, os doces campeiros. Assar churraso, ainda mais nas brasas da fogueira, seria um desrespeito ao santo. Bebe-se cachaça, quentão, jacuba ou capilé.
Conta-se que na antiga Judéia as primas Isabel e Maria estavam grávidas e moravam em casas distantes. A primeira que ganhasse bebê deveria anunciar a boa nova à outra, acendendo uma fogueira na frente da própria casa. Santa Isabel ganhou o filho, São João Batista, primeiro e cumpriu o prometido e até hoje os gaúchos acendem fogueiras, anunciando a vinda do santo.
Tem-se, porém que "acordar" São João, por que à noite, é claro, ele dorme no céu. Por isso explodem foguetes e bombas. O secular costume de soltar balões está em desuso, no estado.
São João também tem seu terno, com versos próprios.
Em São Borja, no RS, realiza-se anualmente a festa de São Joãozinho Batista, quando,a baixo de cantos religiosos próprios, a imagem do santinho é retirada da casa da festeira e vai, em andor, até a Fonte de São João, distante várias quadras. À passagem da procissão o pátio das casas nas ruas percorridas vão se iluminando com a inflamação de fogueiras, enquanto a paizada vai soltando bombas e foguetes. Chegando à fonte, a imagem é passeada nos ombos de um devoto (sempre o mesmo) sem se molhar. Depois, todos voltam sem grandes formalidades à casa da festeira, onde se realiza um baile animado a gaita, violão e pandeiro, com comes e bebes. No outro dia, à tarde (aí sim, dia de São João), é realizada uma Mesa de Inocentes, farte e à vontade, para a gurizada do bairro.
Em muitos lugares, porém, como em São Borja e no interior de Sobradinho, ocorre o interessante fenômeno de "caminhar sobre as brasas", de pés descalços. É verdadeiramente impressionante.
Na festa de São João em várias cidades, quando realizada pelo padre, acontecem os tradicionais "leilões" (galinha, leitão), "pescaria", etc. Quando a festa é espontânea, ocorrem jogos de prenda, baile e provas de amor e saúde, algumas destas à meia-noite em ponto.
SÃO PEDRO - O santo guardião das chaves, porteiro do céu, é o padroeiro do Rio Grande do Sul. A Estância da Poesia Crioula, academia de letras do gauchismo, realiza todos os dias 29 de junho a festa máxima. Hoje quase não se acendem as fogueiras de São Pedro e raramente aparece o Terno deste santo.
AS FOGUEIRAS - As fogueiras juninas merecem uma consideração à parte. A de Santo Antonio é quadrada. A de São João, redonda. A de Sâo Pedro, triangular.
O festeiro escolhido para comandar os festejos de qualquer um dos santos de junho deve escolher um bom Capitão de Mastro e um bom Alferes de bandeira, os quais organizarão a fogueira, tratarão da implantação do mastro para a bandeira e mandarão confeccionar (onde ainda não existir) a própria bandeira. É adequado, também, fincar-se um pau-de-sebo no local da festa, para diversão do piazedo. A fogueira centraliza a festa. Mesmo depois de extinta, os namorados, de mãos dadas, ainda pulam por cima de suas brasas.
Assim são - e assim tem que continuar comemoradas no Rio Grande do Sul as festas dos santos de junho, as festas juninas.
Fonte: http://www.paginadogaucho.com.br/fest/fja.htm

segunda-feira, 21 de junho de 2010

AGRADECIMENTOS


O CTG Sentinelas do Pago comemorou neste fim de semana dia 19/06/2010, seu 24º Aniversário.Comemoração esta, que contou com a nimação do Grupo Tranco Monarca. E vem através deste, agradecer aos amigos tradicionalistas que se fizeram presentes neste evento. Agradecer também, aos integrantes da Patronagem, das Invernadas e a todos os colaboradores e comunidade, sempre presentes apoiando nosso CTG. Esperamos continuar comemorando por muitos anos! Obrigada a Todos!!!
"Sentinelas Cultuando as Tradições do Pago!"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ORATÓRIA - Por Rogério Bastos

Estamos nos aproximando de eleições, de eventos, do concurso estadual de prendas...40 anos!! Pra ficar marcado! Hora dos defiles...hora do resultado... momento em que um profissional encarna o espirito e transmite a emoção para aqueles que lhe ouvem... não sendo assim, o momento passará e não ficará nem mesmo na memoria de quem lá esteve.Tudo o que falamos e a forma como falamos interferem no andamento da sociedade, dependendo do grau de destaque que se tem, pode-se mexer até mesmo na economia mundial, alterar bolsas de valores com declarações, conseguir um emprego, convencer multidões, etc. Há mais de três mil anos foi encontrada a seguinte inscrição numa tumba egípcia: “Tornar-te um artista da fala, pois assim terás o domínio sobre os demais.”Num primeiro momento vamos nos valer de especialistas na arte da oratória para podermos apresentar técnicas que ajudarão a desenvolver a oratória como fizemos em anos anteriores, mas por entender que é fundamental forneceremos nossos conhecimentos a fim de contribuir com os tradicionalistas e os leitores do Eco da Tradição. O espaço de comunicação trará sugestões, como ser um orador eficiente e convincente, romper a barreira do medo, o medo do microfone, como buscar confiança, preparação, aprender a se soltar, respiração, relaxamento, conhecer o público, aprender a conquistar o público, técnicas de encerramento de oratórias, eliminando a “família” dos “Nés”,” ãããs”, “entendeu”, “tá ligado”, e outros.
A expressão corporal, fundamental para o bom andamento das palestras, domínio de cena, como discursar com estilo, enfim, tudo o que poderá colaborar para o seu crescimento como orador, apresentador, ou mesmo palestrante. Incluindo prendas e peões nos concursos. E ai temos que ter um cuidado especial em nossos eventos, saber diferençar um “xiru das falas”, um poeta, de um amigo, daquele que é um orador de qualidade que pode dar “vida” ao evento. Um exemplo clássico é quando não profissionalizamos essa arte.
Comandar um ginásio com 5.000 ou 8.000 pessoa snão é a mesma coisa de ler um protocolo. Comandar uma pista de laço não é pra um radialista ou um cerimonialista. Pense nisso e não cometa erros que podem estar estragando a sua festa.

Mais um membro da Família Sentinelas

Parabéns aos papais Diego e Henriete, às manas Érica e Júlia e aos Avós Lacerda e Vera, pela Chegada do Eduardo, mais novo membro da família Sentinelas do Pago.
Um grande Abraço dos Amigos da Xiru e de todos os companheiros do CTG!!!
Muitas Felicidades para a família...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CURSO DE FANDANGO

A Academia de Danças Amaral, em parceria com o CTG Sentinelas do Pago promove apartir do dia 30/05/2010 novo Curso de Fandango, que será realizado aos domingos. O curso básico inicia às 19h e o avançado às 20:30h. Inscrições até 20/06/2010. Informações pelos fones: 9683.1982 / 3447.3864 / 9885.1953. O CTG Fica na rua Porto Alegre, 216, parada 56.

sábado, 15 de maio de 2010

A THALITA CHEGOU!!!


O CTG Sentinelas do Pago ganhou hoje 15/05/2010 mais uma integrante. Nasceu a Thalita, filha de Luis Paulo (Neguinho) e Angelita, que veio para completar a família que já contava com o Filipe e o Gustavo.

Estamos todos muito felizes!!!

Que a Thalita traga muitas alegrias, nós do CTG Sentinelas do Pago desejamos a vocês nossos amigos queridos, muitas felicidades !!!


THALITA SEJA MUITO BEM VINDA!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

BAILE DE ANIVERSÁRIO DO GALPÃO

O CTG Sentinelas do Pago, convida a todos para o grande Baile de Aniversário do CTG no dia 19/06/2010. Essa baita festa será animada pelo Grupo TRANCO MONARCA.
Maiores Informações através dos fones: 84204678 - Patrão Paulo e 92675829 - Fabiana.

Esperamos Vocês!!!

domingo, 9 de maio de 2010

FELIZ DIA DAS MÃES

UMA PEQUENA HOMENAGEM DO CTG SENTINELAS DO PAGO À TODAS AS NOSSAS GUERREIRAS, QUE SÃO MÃES, MULHERES, E PROFISSIONAIS...UM GRANDE ABRAÇO E FELIZ DIA DAS MÃES!!!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

OS DEZ MANDAMENTOS DO CHIMARRÃO


1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...
PÉRCIO DE MORAES

segunda-feira, 26 de abril de 2010

AGRADECIMENTOS...

Obrigada comunidade Sentinelas do Pago, amigos, visitantes e entidades Co-irmã que compareceram ao evento, pelo sucesso do nosso Baile em prol da continuidade da reforma do Galpão. Sabemos que o trabalho é duro, mas é recompensador. A todos aqueles que estiveram envolvidos no evento, seja trabalhando, comparecendo, indicando a alguém, nosso muito obrigado! E que continuem conosco sempre "SENTINELAS CULTUANDO AS TRADIÇÕES DO PAGO!!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

NÃO ESQUEÇAM!!!

BAILE DE INÍCIO DAS ATIVIDADES 2010O CTG Sentinelas do Pago convida os amigos para dia 24/04/2010, participar do Baile de Início das Atividades 2010. Baile este que terá sua renda revertida para a continuação da reforma do Galpão.Esta festa será animada pelo grupo TRANCO DE GALPÃO.Os convites custão R$ 10,00 e estão à venda no Galpão ou pelos fones: 8568.6848 / 8420.4678. Ou ainda com a patronagem...Esperamos vocês para mais esta grande festa!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

SENTINELAS DO PAGO DE LUTO

É com grande tristeza, que CTG Sentinelas do Pago comunica aos tradicionalistas de Alvorada, o falescimento de nosso Ex- Patrão Nene, nesta terça -feira dia 13 de Abril de 2010.
A família Sentinelas está de Luto, o Patrão Paulo Edson decretou luto de 03 dias na entidade em respeito ao nosso querido amigo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Baile dia 24/04/2010

BAILE DE INÍCIO DAS ATIVIDADES 2010

O CTG Sentinelas do Pago convida os amigos para dia 24/04/2010, participar do Baile de Início das Atividades 2010. Baile este que terá sua renda revertida para a continuação da reforma do Galpão.
Esta festa será animada pelo grupo TRANCO DE GALPÃO.Os convites custão R$ 10,00 e estão à venda no Galpão ou pelos fones: 8568.6848 / 8420.4678. Ou ainda com a patronagem...Esperamos vocês para mais esta grande festa!!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010


"A páscoa traz a possibilidade de redenção dos pecados e dos erros, por meio da ressurreição interior com mudanças efetivas em nosso modo de viver, a ressurreição interior É ser capaz de mudar, é partilhar a vida na esperança, é lutar para vencer toda sorte de sofrimento. É ajudar mais gente a ser gente, é viver em constante libertação, é crer na vida que vence a morte. É dizer sim ao amor e à vida, é investir na fraternidade, é lutar por um mundo melhor, é vivenciar a solidariedade. É renascimento, é recomeço, é uma nova chance para melhorarmos as coisas que não gostamos em nós, para sermos mais felizes por conhecermos a nós mesmos mais um pouquinho e vermos que hoje, somos melhores do que fomos ontem. (Autor desconhecido)"

Um grande abraço e uma feliz Páscoa!

São os Votos do CTG Sentinelas do Pago!

terça-feira, 30 de março de 2010

POESIA - MULHER GAÚCHA

MULHER GAÚCHA
Antônio Augusto Fagundes

Os velhos clarins de guerra
desempoeirando as gargantas
quero-querearam no pago.
E o patrão coronelado,
reuniu em torno parentes,
posteiros, peões e agregados.
Chegara um próprio do povo
trazendo urgente recado
que se ia pelear de novo
e o coronel, satisfeito,
dizia, fazendo graça:
"vamos ver, moçada guapa,
quem honra a estirpe farrapa
e atropela numa carga
por um trago de cachaça...Os velhos clarins de guerra
desempoeirando as gargantas


Um filho saiu tenente,
o mais velho - capitão,
um tio ficou de major.
(o pobre que passa o pior,
a oficial não chega, não:
o capataz foi sargento,
um sota ficou de cabo
e a peonada, e os posteiros,
ficaram soldados rasos
pra pelear de pé no chão...)

Carneou-se um munício farto
- vindo de estâncias vizinhas -
houve rações de farinha,
queijo, salame e bolacha,
se santinguando em cachaça
a sede dos borrachões.

E a não ser saudade e mágoa
nada ficou pra trás
a garganta dos peçuelos
misturava pesadelos
sanguessugando, voraz,
cartuchos e caramelos,
o talabarte e o pala,
bolacha e pente de bala,
fumo e chumbo - guerra e paz...
No humilde rancho de um posto,
um moço encilhou cavalo
beijou a prenda e se foi.
Na madrugada campeira
luzia a estrela boieira
sinuelando o arrebol
e as barras de um dia novo
glorificavam o horizonte
lavando a noite defronte
com tintas de sangue e sol.

E durante largo tempo
ficou a moça na porta
olhando a estrada, a chorar,
sem saber porque o marido
tem que partir e lutar,
não entendia de guerra!
Pobre só votam em quem mandam
e desconhece outra coisa
que não seja trabalhar.

Então a moça franzina
tomou uma decisão!
Esqueceu delicadezas,
ternuras de quase -noiva
e atou os cabelos negros
debaixo de um chapelão
e se atirou no trabalho,
cuidando da casa e campo,
do gado e da plantação.

Emagreceu e tostou-se
e enrijeceu como o aço!
Temperando-se na luta
madurou-se como a fruta
que é torcida no baraço.

Montou e recorreu campo,
botou vaca, tirou leite
e arrastou água da sanga.
Fez do tempo a sua canga
no lento girar do dia
e quando as vezes parava
comovida, acariciava
o ventre, que pouco a pouco
se arredondava e crescia.

Só a noite, quando cansada
fechava o rancho e dormia
seu homem lhe aparecia:
ora voltava da guerra,
ora peleava - e morria!...
Que triste o rancho vazio
nas longas noites de frio
ou nas tardes de garoa!
Que medo de ir a estância!
(e ao mesmo tempo, que ânsia
de saber notícia boa!)
Vizinha perdera o filho.
pra outra, fora o marido.
E um dos que tinham, morrido,
um moço, que era tropeiro,
quando feito prisioneiro
tinha sido degolado
sem nenhuma compaixão.
E até um filho do patrão
se ensartara numa lança
em meio a uma contradança
de berro, tiro e facão.

E o fulano? Que fulano?
Aquele, que era posteiro!
Moço guapo! No entrevero
é como um raio a cavalo.

Trezontonte levou um pealo
mas é sujeito de potra:
já está pronto pra outra,
sempre disposto e faceiro.

E a moça voltava ao rancho,
tão moça ainda, e tão só!
E quando fitava a estrada,
só via o vazio do nada,
o nada o silêncio e o pó.

Não sabe quem vem primeiro,
se vem o pai, ou o filho.
E os seus olhos, novo brilho
roubaram de dois luzeiros.

Cada noite, cada aurora,
vai encontrá-la a pensar:
quando o marido voltar,
de novo estará bonita
- novo vestido de chita
e novo brilho no olhar.
E quando o filho chegar,
quantas cargas de carinho
carretearão os seus dedos!
Quantos e quantos segredos
sussurrarão, bem baixinho!
E para ele, os passarinho
cantarão nos arvoredos...

Qual deles chega primeiro?

E se um deles não chegar...?

Mas a guerra segue além,
o filho ainda não vem
e ela a esperar e a esperar!...

Bendita mulher gaúcha
que sabe amar e querer!
Esposa e mãe, noiva e amante
que espera o guasca distante
e acaba por compreender
que a vida é um poço de mágoa
onde cada pingo d'água
só faz sofrer e sofrer.

segunda-feira, 29 de março de 2010


2010 COM FORÇA MAXIMA!!!

O GRUPO XIRU COMUNICA A TODOS OS NOSSOS ADMIRADORES, AMIGOS E COLABORADORES A DECISÃO DE ENTRARMOS EM UM PEQUENO "RECESSO",

COM DATA PREVISTA DE RETORNO AOS RODEIOS PARA (JULHO-2010).

MOTIVO: ENQUADRAR NOVOS COMPONENTES AO GRUPO DE DANÇAS;

MONTAGEM DE NOVA ENTRADA E SAÍDA

A coordenação.


BREVE MENSAGEM DO COORDENADOR
PARA TODOS OS COMPONENTES DO GRUPO DE DANÇAS XIRU

Gostaria explanar a felicidade com o ingresso de novos componentes no grupo, deixando claro e com orgulho dizer que o caminho que estamos traçando é o mais correto.

Tendo sempre como objetivo a amizade e o respeito entre irmãos, não de sangue, mas de coração e tradição.

Com este espírito, novos desafio irão surgir, mas de forma alguma irão sucumbir diante de qualquer situação adversa.

A família Sentinelas do Pago agradece aos novos casais de dançarinos, pois com certeza vão elevar ainda mais o nome de nosso grupo de dança, grupo este que tenho orgulho de mencionar.

"" GRUPO XIRU DO SENTINELAS DO PAGO "


Aos afastados aguardamos ansiosos pelo o breve retorno, aos novos, muita felicidade em nosso grupo e volto a dizer, vocês juntamente com os demais serão o presente e o futuro de nosso grupo, pois:.

NENHUM DE NOS É TÃO BOM QUANTO TODOS NOS JUNTOS

PAULO EDSON COSTA VIEIRA - COORDENADOR


Abaixo segue a lista atualizada dos componentes:


Fabiana Neves Rossato

Getulio Tuchtenhagen

Valduir Antonio Luy

Juliana Correia

Rubens Freitas da Silva

Rosana Martins Freitas

José Luciano da Silva Loreto

Fabiana Oliveira Veleda

Paulo Edson Costa Vieira

Leda Marisa Rosa Vieira

Deoclecio Radovik dos Santos

Vera Beatriz Alves de Lacerda

Glederson dos Santos Steinmetz

Carina Ribeiro Steinmetz

Alexsandro Oliveira Santana

Fabiana dos Santos Thomaz


sexta-feira, 26 de março de 2010

Conceitos importantes para a compreensão da identidade do gaúcho , por Manoelito Savaris

Conceitos importantes para a compreensão da identidade do gaúcho


Com o objetivo de contribuir para a melhor compreensão a respeito das particularidades da sociedade sul-rio-grandense apresento alguns conceitos sobre termos que são utilizados freqüentemente no meio tradicionalista e por pessoas que se aventuram no campo da cultura típica da sociedade gauchesca.


TRADIÇÃO

“É o ato de transmitir os fatos culturais de um povo através de suas gerações. É a transmissão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos através dos tempos, de pais para filhos. É um conjunto de idéias, usos e costumes, recordações e símbolos conservados pelos tempos pelas gerações. É um culto aos costumes das boas coisas do passado. O povo gaúcho tem, no chimarrão, no fandango, na pilcha, nos temas musicais, na poesia, na doma, a mais bela das tradições.” Odalgil Nogueira da Camargo

“Essa palavra vem do latim, do verbo tradere (traditio, traditionis), que quer dizer trazer até, entregar. Em direito, tradição significa entrega. Em um sentido amplo, que é o que interessa para o presente estudo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram, nos entregaram.” Antonio Augusto Fagundes
Glaucus Saraiva, na obra Manual do Tradicionalista, diz: "Tradição é o todo que reúne em seu bojo a história política, cultural, social e demais ciências e artes nativas, que nos caracterizam e definem como região e povo. Não é o passado, fixação e psicose dos saudosistas. É o presente como fruto sazonado de sementes escolhidas. É o futuro, como árvore frondosa que seguirá dando frutos e sombra amiga às gerações do porvir. "
Glaucus Saraiva, na mesma obra, cita ainda Hélio Rocha que diz:

"Tradição não é simplesmente o passado.
O passado é o marco. A Tradição é a continuidade.
O passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que prossegue.
O passado é a paisagem que passa. A Tradição é a corrente que continua.
O passado é a mera estratificação dos fatos históricos já realizados. A Tradição é a dinamização das condições propulsoras de novos fatos.
O passado é estéril, intransmissível. A Tradição é essencialmente fecundadora e energética.
O passado é a flor e o fruto que findaram. A tradição é a semente que perpetua.
O passado é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento.
O passado explica o ponto de partida de uma comunidade histórica. A tradição condiciona o seu ponto de chagada.
O passado é a fotografia dos acontecimentos. A tradição é a cinematografia dos mesmos.
Enfim: Tradição é tudo aquilo que do passado não morreu”.

No entanto, aquela etapa é essencial para a compreensão do que vem ocorrendo com a cultura desde os anos 90 do século passado. Ou seja: ciclicamente, de trinta em trinta anos, ao ensejo de alguma rebordosa mundial ou nacional, e havendo clima de abertura para as indagações do espírito, termina surgindo algum "ismo" relacionado com a Tradição.
Assim foi com o gauchismo dos anos 90. Com o regionalismo dos anos 20. Com o tradicionalismo dos anos 50. Com o nativismo de agora. E sou capaz de jurar que lá pelo ano 2010 surgirá uma espécie de telurismo antinuclear ou cibernético, resultante da inquietação de analistas de sistemas em conluio com artistas plásticos, incluindo cartunistas e comunicadores visuais.
É claro que, de acordo com cada época, modifica-se a dinâmica e o campo de ação. Mas, no fundo, é tudo a mesma coisa: expressão de amor à gleba e respeito ao homem rural".


NATIVISMO

“Os valores do culto a Tradição mais característica do Rio Grande do Sul são o nativismo, a coragem, a hospitalidade, a honra, o respeito a palavra empenhada, o cavalheirismo, alem de outros.
Assim vê-se desde logo que o Nativismo não é um culto, como a Tradição, mas um dos valores desse culto. Nativismo é o amor que a pessoas tem pelo chão onde nasceu, onde é nato.” Antonio Augusto Fagundes

“é tudo aquilo que é próprio do local de nascimento, natural, não adquirido e que conserve as características originais. É o sentimento de defesa e amor ao pago nativo...” Odalgil Nogueira da Camargo

“é tudo aquilo que é próprio do lugar nato, (de naturalidade), portanto não é adquirido, mas conserva as características naturais (originais)” José Estivalet
Edilberto Teixeira diz que "nativismo é a qualidade do nativista. É aquele que é contrário, que é infenso a estrangeiros. Tudo o que é próprio do lugar de nascimento, que é ingênito, natural, não adquirido. Em filosofia, nativismo é a teoria das idéias inatas, independentes da experiência".
Antonio Augusto Fagundes afirma que é comum chamar-se de nativismo a arte que nasce da terra, que fala, que canta, que enfoca e que valoriza as coisas da terra dizendo-se: poesia nativista, canção nativista, música nativista, muito embora saibamos que a expressão correta para designar a corrente artística que valoriza os temas da terra seja "regionalista gaúcha".


TRADICIONALISMO

“Tradição – um culto – e Nativismo – um sentimento – existem no mundo todo. Agora, Tradicionalismo só existe no Rio Grande do Sul. Quando existe fora daqui, é o gaúcho, que estende muito longe seus braços, para estreitar junto ao coração, em todas as querências, os gaúchos, as gaúchas e seus descendentes.
Tradição e Nativismo podem andar com uma única pessoa. Existem no singular. Tradicionalismo, não: é obrigatoriamente associativo, coletivo. Tradicionalismo é um movimento cívico-cultural. É a tradição em marcha, resgatando valores que são validos não por serem antigos, mas por serem eternos, exatamente os valores que trouxeram o Rio Grande e o gaúcho do passado para o presente, projetando-o no futuro”. Antonio Augusto Fagundes

“... é a tradição em marcha, passando de geração a geração. É a arte de colocar em movimento as pecas de uma tradição. São os meios pelos quais pelos quais a tradição passa de pai para filho. É um movimento gaúcho que busca conservar as boas coisas do passado através do culto e da vivencia.” Odalgil Nogueira da Camargo

“Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem-coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade) com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura; graças ao que a sociedade adquire maior solidez e o individuo adquire maior tranqüilidade na vida em comum” Luiz Carlos Barbosa Lessa
Glaucus Saraiva assim define:
"Tradicionalismo é um sistema organizado e planificado de culto, prática e divulgação desse todo que chamamos Tradição. Obedece a uma hierarquia própria, possui um alto programa contido em sua Carta de Princípios, que deve, na medida do possível, realizar e cumprir”.
“Tradição, comparativamente, é o campo das culturas gauchescas. Tradicionalismo é a técnica de criação, semeadura, desenvolvimento e proteção das suas riquezas naturais, através de núcleos que se intitulam "Centros de Tradições Gaúchos."
Segundo Edilberto Teixeira, "o termo se diversificou e se define como um Movimento alicerçado em nossos CTGs(Centros de Tradições Gaúchas), tornando-se assim uma fonte de cultura”

TRADICIONALISTA

O tradicionalista é um nativista que acredita na forca da tradição e, por isso, se perfila como se fora um soldado, na defesa e difusão de valores, princípios e crenças que constituem a própria historia do gaúcho.
O tradicionalista é o militante do tradicionalismo na defesa da tradição gaúcha, que apresenta, entre outras, os seguintes valores básicos: o espírito associativo, o nativismo, o respeito a palavra dada, a defesa da honra, a coragem, o cavalheirismo, a conduta ética,o amor a liberdade, o sentimento de igualdade, a politização e o senso de modernidade. (valores citados por Jarbas Lima, in “O sentido e o alcance social do tradicionalismo”).
Tradicionalista é aquele que pugna pela conservação das idéias e valores morais transmitidos de geração em geração, ao longo da nossa bela história rio-grandense. Tradicionalista é, pois uma pessoa que preza as tradições, sem ser retrógrado nem saudosista.


CULTURA

Cultura é um sistema de atitudes e modos de agir, costumes e instituições, valores espirituais e materiais de uma sociedade.
Barbosa Lessa ensina que a cultura de qualquer sociedade se compõe de duas partes: o núcleo e as alternativas. O núcleo é constituído pelo Patrimônio Tradicional, onde se concentram os hábitos, princípios morais, valores, associações e reações emocionais partilhadas por todos os membros de determinada sociedade, ou por todos os integrantes de determinada categoria de indivíduos. Este cerne cultural da aos indivíduos a unidade psicológica essencial ao funcionamento da sociedade.
Cercando o núcleo, existe uma zona instável, denominada Alternativas, constituída por elementos culturais, que atingem somente alguns membros de uma sociedade. Essa zona de Alternativas tem a capacidade de fazer a cultura crescer e aperfeiçoar-se, porem se o núcleo, o Patrimônio Tradicional, for fraco, haverá uma invasão das alternativas que destruirão o núcleo, causando confusão social, pois que haverá, fatalmente, a perda das referencias e dos indicativos de identidade daquela sociedade.


FOLCLORE

Foi Willian John Thoms, um arqueólogo inglês, o criador do termo, da palavra Folk –lore, aportuguesada para folclore, que significa folk = povo e lore = saber, conhecimento. Em 22 de agosto de 1846, a revista The Atheneun, de Londres, publicou a carta de Willian, na qual era proposta a criação da palavra, para designar "os estudos dos usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrões, superstições, etc”. Portanto o dia 22 de agosto foi institucionalizado como dia do folclore, no mundo.

Folclore é a ciência que estuda a cultura espontânea do grupo social, que estuda todas as manifestações espontâneas do povo que tem escrita (povo gráfico), tanto do ponto de vista material, quanto espiritual.

Como o próprio nome sintetiza, é a ciência do povo, são as tradições, os costumes, as crenças populares, o conjunto de canções, as manifestações artísticas, enfim, tudo o que nasceu do povo e foi transmitido através das gerações.

O fato folclórico define–se como parcela do conhecimento humano que se transmite no tempo e no espaço, de geração a geração, de camada cultural a camada cultural, sem ensino formal (em escolas ou livros).

Por isso, podemos afirmar, que o Folclore é "a ciência que estuda o homem nas suas manifestações de cultura espontânea, quer sejam materiais, quer sejam espirituais".

No Brasil, considera-se Folclore o "estudo da cultura espontânea do povo civilizado dos campos e das cidades."


GAUCHISMO

Falando em gauchismo, em "Caráter Cíclico do Tradicionalismo", Barbosa Lessa escreveu:
"A primeira etapa foi relativamente tímida. Brotou quando da passagem do Império para o sistema republicano. Foi contemporânea dos sangrentos episódios de 1893. Começou por esparsas contribuições, aqui e ali, de cidadãos interessados em recompor e estado e afirmar a viabilidade do republicanismo. Animava-os, indiscutivelmente, o espírito de solidariedade e a sinceridade cívica”.
O gauchismo foi uma espécie de Liga de Defesa Nacional em âmbito sul-rio-grandense e pretendia, fundamentalmente, a comemoração das datas cívicas. Chegou a se corporificar em meia dúzia de agremiações, que, ou tiveram vidas efêmeras ou, ao cabo, descambaram para a vala comum dos clubes recreativos”.

Edilberto Carvalho diz: "Gauchismo é a qualidade do gaúcho, é a expressão típica do seu linguajar. O que lhe é próprio, seus ditos, comparações e suas "largadas”.


REGIONALISMO

Regionalismo é uma corrente artística que se inspira nos temas da terra. Assim a natureza e o homem da região com seus valores e cultura típicos constituem-se em inspiração para que o artista realize o seu trabalho. (Paulo Cortes)

Edilberto Teixeira, em sua publicação diz:
"Regionalismo é tudo aquilo que se diz respeito a uma região, termo, locução ou costumes próprios daqueles que vivem nessa região. E regionalista é aquele que defende os interesses regionais".

Salvador Ferrando Lamberty, em sua obra ABC do Tradicionalismo, ao definir Regionalismo Gaúcho diz: "é a corrente artística voltada aos temas da terra e se inspira nos elos regionais. É o sentimento expresso na guarda de um patrimônio local; é a expressão do valor cultural e artístico de uma região".


O GAÚCHO

A origem do termo GAUCHO não é pacifica, mas há indicativos muito fortes que apontam historicamente o significado da palavra.
Remotamente, na época conhecida como a “idade do couro”, o habitante do pampa era chamado de “guasca”. O termo muitas vezes citado como se fora pejorativo, recebe de Machado de Assis (in Quincas Borba) significado de elogio. Ao referir-se a uma filha do Rio Grande, diz: “E uma guasca de primeira ordem”. Guasca correspondia a uma interjeição elogiosa que era pronunciada como um titulo de hombridade e destemor. Fala-se em guasca largado como quem dissesse quebra largado, torena, monarca das cochilhas. Como quem diz – Gaúcho.

Pouco mais tarde, no século XVIII surge o termo “gaudério”, tanto no território brasileiro quanto no castelhano. O gaudério, tido como homem sem lei nem rei, que “morava na sua camisa, debaixo do seu chapéu”, mantinha-se num equilíbrio instável entre o índio e o branco. A sua atividade marginal estendeu-se por mais de um século de história do pampa, formando com os “coureadores” e “changadores” uma espécie de associação de rapinagem mais ou menos organizada que chegou a constituir grave problema para os guardas volantes da campanha.

O termo “gaúcho”, surgiu, provavelmente, no último quartel do século XVIII e aparece como sinônimo de “gaudério”. Emílio Coni cita um parecer propondo a criação de uma partida volante para que “persiguiese y arrestase a los muchos malévolos, ladrones, desertores y peones de todas castas, que llaman Gauchos o Gauderios ...”.

O sentido pejorativo da palavra gaúcho, numa e noutra banda, mantém-se quase inalterado, até meados do século XIX. Azara, Saint-Hilaire, Arsène Isabele, Alcide D’Orbigny, todos são concordes em apresentá-los como homens sem lei e nem rei, campistas perturbadores da paz, vagabundos que alarmavam os governantes e ocupavam a polícia.

Um fator importante que forma a estrutura do ambiente em que vivia o “gaúcho”, da metade do século XVIII até a metade do século XIX, estava a prática de distribuição de sesmarias. Augusto Meyer, ao se referir ao assunto afirma: “A sesmaria, área que podia variar entre dez mil e treze mil hectares, beneficiando uma insignificante minoria de privilegiados, na prática, revelou-se um prêmio às formas improdutivas do trabalho, com a máxima vantagem individual, em detrimento das garantias médias do trabalho assalariado” (1957).

Se há um caso na história em que a explicação por meio de fatores econômicos e sociais, tem perfeito cabimento, este é o caso do gaúcho primitivo, durante o período colonial. É resultado daquele complexo cultural representado pelo cavalo, gado alçado e valorização do couro, movendo-se num meio de pampas abertas, onde as raias avançavam e recuavam de acordo com os entendimentos entre os reis portugueses e espanhóis.

Os gaúchos passaram a ser chamados a integrar as tropas dos comandantes militares locais que, de estancieiros, travestiam-se em coronéis, comandando a resistência contra as tentativas de invasão, ora dos espanhóis, ora dos portugueses.

Aos poucos, o vocábulo “gaúcho” adquiriu outro sentido, completamente oposto ao do original. Aqueles homens rudes, valentes, independentes, amantes da liberdade, exímios cavaleiros, eram também bons soldados, empenhados peões, até bons agregados, bastava que lhes dispensasse respeito e um pouco de compreensão.

Hermann Burmeister, em sua obra Reise durch die la Plata-Staaten (1861), assim descreve o gaúcho: “Erro grave é considerar os Gaúchos como gente grosseira ou brutal, ou, sem mais rodeios, como simples salteadores e bandidos; longe disso, o que os caracteriza é principalmente uma viva suscetibilidade e um inegável sentimento cavalheiresco, que logo os leva a ter em conta de superior toda pessoa mais ilustrada, ou de mais alta categoria social, que os tratar com deferência. Pelo contrário, a altivez e grosseria provocam de sua parte uma repulsa imediata”.

Desde a época da Revolução Farroupilha (1835-45) e, especialmente depois da Guerra do Paraguay (1860-65) a palavra gaúcho passou a significar o homem do campo, ligado a atividade pastoril, de maneira específica e a identificar os nascidos no Rio Grande do Sul, de forma genérica. A mudança ocorrida não foi fruto de lei ou de imposição, mas resultado da evolução natural da sociedade e da compreensão de que o homem é parte integrante do ambiente em que vive e sua condição muito se deve aos fatores a que está submetido.

Poderíamos resumir a trajetória do vocábulo “gaúcho”, dizendo que na época dos capitães-generais e primeiros proprietários era ladrão, vagabundo e coureador; para os capitães de milícias e comandantes de tropas empenhadas na defesa das fronteiras, era bombeiro, chasque, isca para o inimigo; nas guerras da independência do Prata, era lanceiro, miliciano; depois, para os homens da cidade, era o trabalhador rural, homem afeito aos serviços do pastoreio, peão de estância, campeiro destro, sinônimo de guasca ou monarca; finalmente, desde os primórdios do século passado, um nome gentílico, a exemplo de carioca, barriga-verde, capixaba, fluminense.

Cantado em prosa e verso, o gaúcho traz no nome o resumo de uma história, traz na alma a liberdade e no coração o sentimento nativista mais notório entre os brasileiros:

Quem é gaúcho de lei
E bom guasca de tudo,
Ama, acima de tudo,
O bom sol da liberdade

Nos campos de minha terra,
Sou gaúcho sem patrão;
De a cavalo, bem armado,
Minha lei é o coração.

O gaúcho é definido pela literatura gaúcho, como um indivíduo machista, altivo, irreverente, guerreiro, legítimo, é o “centauro dos pampas”.


CTG

O Centro de Tradições Gaúchas e uma associação de pessoas com objetivos culturais, sociais, lúdicas. Diferencia-se de outras associações e clubes por se dedicar ao resgate, valorização e divulgação do folclore e da cultura típica gaúcha, construída ao longo da historia do Estado do Rio Grande do Sul.

O primeiro CTG foi fundado em Porto Alegre, no dia 24 de abril de 1948, com o nome de “35 Centro de Tradições Gaúchas”. Este CTG serve, até hoje, de modelo. Atualmente existem mais de 2000 CTGs, espalhados pelo mundo. Há outros nomes designativos de associações que foram criadas com os mesmos objetivos dos CTGs, tais como: Grupo de Arte Nativa, Centro de Pesquisas Folclóricas, Piquete de Laçadores, Departamento de Tradições Gaúchas (quando criado como departamento de clube ou associação), etc.

Outro diferencial dos CTGs, é a nomenclatura das funções e dos setores da associação: o presidente é chamado “patrão”, o vice-presidente denomina-se “capataz”, o secretario é chamado “sota-capataz”, os departamentos são “invernadas”, etc.

Uma das características importantes dos CTGs é a sua vocação familiar, onde a convivência de gerações se constitui na garantia da transmissão da herança social, chamada de tradição.

Sob o aspecto sociológico os CTGs se constituem na recomposição dos “grupos locais” que se encarregam de manter intacto o “núcleo cultural” que da identidade a uma sociedade.


MTG

O Movimento Tradicionalista Gaúcho possui dois significados:
É a associação ou a federação dos CTGs e entidades afins, criado no dia 28 de outubro de 1966, durante o 12° Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado na cidade de Tramandai. A exemplo do MTG do Rio Grande do Sul, foram criados MTGs em outros estados brasileiros, com a mesma finalidade. É o tradicionalismo gaúcho organizado.

Outro significado de MTG é aquele que designa a atividade de pessoas, chamadas tradicionalistas, que se dedicam à preservação, resgate, valorização e divulgação da cultura típica gaúcha e do folclore gaúcho. É a tradição em ação. É a atividade diária e permanente, desenvolvida nos CTGs.

O MTG possui organização semelhante às demais federações, com uma direção central (com abrangência estadual) e setores descentralizados, denominados “Região Tradicionalista” - RT, com abrangência regional. O MTG do Rio Grande do Sul possui 30 RTs.

O MTG é dirigido por um Conselho Diretor (eleito pela Assembléia Geral Eletiva que é integrada pelos representantes das entidades tradicionalistas filiadas, que se reúnem no Congresso Tradicionalista Gaúcho, a cada ano). Os integrantes titulares tem mandato de dois anos e os suplentes de um ano. O presidente do Conselho Diretor é também chamado de Presidente do MTG. Alem do presidente, também são escolhidos quatro vice-presidentes (de administração, de cultura, de finanças e de eventos) dentre os Conselheiros Titulares. Juntamente com estes tradicionalistas eleitos são escolhidos diretores e assessores, formando a Diretoria Executiva. As RTs são dirigidas por coordenadores, eleitos pelas entidades filiadas sediadas na região, e outros diretores e assessores escolhidos pelos coordenadores.

Compõe a estrutura do MTG, a Junta Fiscal (eleita juntamente com o Conselho Diretor, a cada ano) e o Conselho de Ética, composto por representantes do Conselho Diretor, dos coordenadores regionais, pelo Assessor jurídico e pelo Vice-presidente de Administração.

Fonte
Maio de 2007.

Manoelito Carlos Savaris
Historiador.
Presidente da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.

terça-feira, 23 de março de 2010

O NEGRO BONIFÁCIO - João Simões Lopes Neto


O NEGRO BONIFÁCIO

Se o negro era maleva? Cruz! Era um condenado!... mas, taura, isso era, também!
Quando houve a carreira grande, do picaço do major Terêncio e o tordilho do Nadico (filho do
Antunes gordo, um que era rengo), quando houve a carreira, digo, foi que o negro mostrou mesmo
pra o que prestava...; mas foi caipora.
Escuite.
A Tudinha era a chinoca mais candongueira que havia por aqueles pagos. Um cajetilha da
cidade duma vez que a viu botou-lhe uns versos mui lindos — pro caso — que tinha um que dizia
que ela era uma
“............................................... chinoca airosa,
Lindaça como o sol, fresca como uma rosa!...
E o sujeito quis retouçar, porém ela negou-lhe o estribo, porque já trazia mais de quatro pelo
beiço, que eram dali, da querência, e aquele tal dos versos era teatino...
Alta e delgada, parecia assim um jerivá ainda novinho, quando balança a copa verde tocada de
leve por um vento pouco, da tarde. Tinha os pés pequenos e as mãos mui bem torneadas; cabelo
cacheado, as sobrancelhas finas, nariz alinhado.
Mas o rebenqueador, o rebenqueador..., eram os olhos!...
Os olhos da Tudinha eram assim a modo olhos de veado-virá, assustado: pretos, grandes, com
luz dentro, tímidos e ao mesmo tempo haraganos... pareciam olhos que estavam sempre ouvindo..,
ouvindo mais, que vendo...
Face cor de pêssego maduro; os dentes brancos e lustrosos como dente de cachorro novo; e os
lábios da morocha deviam ser macios como treval, doces como mirim, frescos como polpa de
guabiju...
E apesar de arisca, era foliona e embuçalava um cristão, pelo só falar, tão cativo...
No mais, buenaça, sem entono; e tinha de que, porque corria à boca pequena que ela era filha do
capitão Pereirinha, estancieiro, que só ali, nos Guarás, tinha mais de não sei quantas léguas de campo
de lei, povoado, O certo é que o posto em que ela morava com a mãe, a sia Fermina, era um mimo;
tinha de um tudo: lavoura, boa cacimba, um rodeíto manso; e a Tudinha tinha cavalo amilhado, só do
andar dela, e alguma prata nos preparos.
Parecenças, isso, tinha, e não pouco, com a gente do capitão...
O velho, às vezes, ia por lá, sestear, tomar um chimarrão...
Pois para a carreira essa, tinha acudido um povaréu imenso.
E ela veio, também, com a velha. Velha, é um dizer, porque a sia Fermina ainda fazia um
fachadão...
E deu o caso que os quatro embeiçados também vieram, e um, o mais de todos, era o Nadico.
E sem ninguém esperar, também apareceu o negro Bonifácio.
É assim que o diabo as arma...
Escuite.

O negro não vinha por ela, não; antes mais por farrear, jogar e beber: ele era um perdidaço pela
cachaça e pelo truco e pela taba.
E bem montado, vinha, num bagual lobuno rabicano, de machinhos altos, peito de pomba e
orelhas finas, de tesoura; mui bem tosado a meio cogotilho, e de cola atada, em três tranças, bem
alto, onde canta o galo!...
E na garupa, mui refestelada, trazia uma chirua, com ar de querendona...
Eta! negro pachola!
De chapéu de aba larga, botado no cocuruto da cabeça e preso num barbicacho de borlas
morrudas, passado pelo nariz; no pescoço um lenço colorado, com o nó republicano; na cintura um
tirador de couro de lontra debruado de tafetá azul e mais cheio de cortados do que manchas tem um
boi salino!
E na cintura, atravessado com entono, um facão de três palmos, de conta.
Na pabulagem, andava sozinho: quando falava, era alto e grosso e sem olhar para ninguém.
Era um governo, o negro!
Ora bem; depois de se mostrar um pouco, o negro apeou a chirua e já meio entropigaitado
começou a pastorejar a Tudinha... e tirando-se dos seus cuidados encostou o cavalo rente no dela e aí
no mais, sem um ¾ Deus te salve! ¾sacudiu-lhe um envite para uma paradita na carreira grande. A
piguancha relanceou os seus olhos de veado assustado e não se deu por achada; ele repetiu o convite
da aposta e ela então ¾ depois explicou ¾ de puro medo aceitou, devendo ganhar uma libra de
doces, se ganhasse o tordilho. O tordilho era o do Nadico.
Ficou fechado o trato.
O negro ¾ era ginetaço! ¾ deu de rédea no lobuno, que virou direito, nos dois pés, e já lhe
cravou as chilenas, grandes como um pires, e saiu escaramuçando, meio ladeado!
Os quatro brancos se olharam… o Nadico estava esverdeado, como defunto passado...
A Tudinha pegou logo a caturritar, e a cousa foi passando, como esquecida.
Mas, quê!... o negro estava jurado...
Escuite.
Entraram na cancha os parelheiros, todos dois pisando na ponta do casco, mui bem compostos e
lindos, de se lavar com um bochecho d’água.
Fizeram as partidas; largaram; correram: ganhou, de fiador, o do Nadico, o tordilho.
Depois rompeu um vozerio, a gente desparramou-se, parecia um formigueiro desmanchado; as
parcerias se juntaram, uns pagavam, outros questionavam.... mas tudo se foi arreglando em ordem,
porque ninguém foi capaz de apontar mau jogo.
E foi-se tomar um vinho que os donos da carreira ofereceram, como gaúchos de alma grande,
principalmente o major Terêncio, que era o perdedor.
E a Tudinha lá foi, de charola.
No barulho das saúdes e das caçoadas, quando todos se divertiam, foi que apareceu aquele
negro excomungado, para aguar o pagode. Esbarrou o cavalo na frente do boliche; trazia na mão um
lenço de sequilhos, que estendeu a Tudinha: havia perdido, pagava...

A morocha parou em meio um riso que estava rindo e firmou nele uns olhos atravessados,
esquisitos, olhos como pra gente que já os conhecesse.., e como sentiu que o caso estava malparado,
para evitar o desaguisado, disse:
¾ Faz favor de entregar à mamãe, sim?!...
O negro arreganhou os beiços, mostrando as canjicas, num pouco caso e repostou:
¾ Ora, misturada!..., eu sou teu negro, de cambão!... mas não piá da china velha! Toma!
E estendeu-lhe o braço, oferecendo o atado dos doces.
Aqui, o Nadico manoteou e no soflagrante sopesou a trouxinha e sampou com ela na cara do
muçum.
Amigo! Virge’ nossa senhora!
Num pensamento o negro boleou a perna, descascou o facão e se veio!...
O lobuno refugou, bufando.
Que peleia mais linda!
Vinte ferros faiscaram; era o Nadico, eram os outros namorados da Tudinha e eram outros que
tinham contas a ajustar com aquele tição atrevido.
Perto do negro Bonifácio, sentado sobre um barril, sem ter nada que ver no angu, estava um
paisano tocando viola: o negro ¾ pra fazer boca, o malvado! ¾ largou-lhe um revés, tão bem
puxado, que atorou os dedos do coitado e o encordoamento e afundou o tampo do estrumento!...
Fechou o salseiro.
O Nadico mandou a adaga e atravessou a pelanca do pescoço do negro, roçando na veia artéria;
o major tocou-lhe fogo, de pistola, indo a bala, de refilão, lanhar-lhe uma perna.., o ventana quadrava
o corpo, e rebatia os talhos e pontaços que lhe meneavam sem pena.
E calado, estava; só se via no carão preto o branco dos olhos, fuzilando...
Ai!...
Foi um grito doido da Tudinha... e já se viu o Nadico testavilhar e cair, aberto na barriga, com a
buchada de fora, golfando sangue!...
No meio do silêncio que se fez, o negro ainda gritou:
¾ Come agora os meus sobejos!…
Depois, roncou, tal e qual como um porco acuado... e então, foi uma cousa bárbara!...
Em quatro paletadas, desmunhecando uns, cortando outros, esgaravatando outros, enquanto o
diabo esfrega o olho, o chão ficou estivado de gente estropiada, espirrando a sangueira naquele
reduto.
É verdade também que ele estava todo esfuracado: a cara, os braços, a camisa, o tirador, as
pernas, tinham mais lanhos que a picanha de um reiúno empacador: mas não quebrava o corincho, o
trabuzana!
Aquilo seria por obra dalguma oração forte, que ele tinha, cosida no corpo.
A esse tempo, era tudo um alarido pelo acampamento; de todos os lados chovia gente no lugar
da briga.
A Tudinha, agarrada ao Nadico, com a cabeça pousando-lhe no colo, beijando-lhe ela os olhos
embaciados e a boca já morrente, ali, naquela hora braba, à vista de todo o mundo e dos outros seus
namorados, que se esvaíam, sem um consolo nem das suas mãos nem das puas lágrimas, a Tudinha

mostrava mesmo que o seu camote preferido era aquele, que primeiro desfeiteou e cortou o negro,
por causa dela...
Foi então que um gaúcho gadelhudo, mui alto, canhoto, desprendeu da cintura as boleadeiras e
fê-las roncar por cima da cabeça… e quando ia a soltá-las, zunindo, com força pra rebentar as
costelas dum boi manso, e que o negro estava cocando o tiro, de facão pronto pra cortar as sogas...
nesse mesmo momento e instante a velha Fermina entrou na roda, e ligeira como um gato, varejou no
Bonifácio uma chocolateira de água fervendo, que trazia na mão, do chimarrão que estava
chupando...
O negro urrou como um touro na capa...; a rumo no mais avançou o braço, e fincou e
suspendeu, levantou a velha, estorcendo-se, atravessada no facão até o esse...; ao mesmo tempo,
mandado por pulso de homem um bolaço cantou-lhe no tampo da cabeça e logo outro, no costilhar, e
o negro caiu, como boi desnucado, de boca aberta, a língua pontuda, mexendo em tremura uma perna,
onde a roseta da chilena Unia, miúdo...
Patrício, escuite!
Vi então o que é uma mulher rabiosa...: não há maneia nem buçal que sujeite: é pior que
homem!...
A Tudinha já não chorava, não; entre o Nadico, morto, e a velha Fermina estrebuchando, a
morocha mais linda que tenho visto, saltou em cima do Bonifácio, tirou-lhe da mão sem força o
facão e vazou os olhos do negro, retalhou-lhe a cara, de ponta e de corte... e por fim, espumando e
rindo-se, desatinada ¾ bonita, sempre! ¾ ajoelhou-se ao lado do corpo e pegando o facão como
quem finca uma estaca, tateou no negro sobre a bexiga, pra baixo um pouco ¾ vancê compreende?...
¾ e uma, duas, dez, vinte, cinqüenta vezes cravou o ferro afiado, como quem espicaça uma cruzeira
numa toca... como quem quer estraçalhar uma causa nojenta... como quem quer reduzir a miangos
uma prenda que foi querida e na hora é odiada!...
Em roda, a gauchada mirava, de sobrancelhas rugadas, porém quieta: ninguém apadrinhou o
defunto.
Nisto um sujeito que vinha a meia rédea sofrenou o cavalo quase em cima da gente: era o juiz
de paz.
Mais tarde vim a saber que o negro Bonifácio fora o primeiro a... a amanonsiar a Tudinha; que
ao depois tomara novos amores com outra fulana, uma piguancha de cara chata, beiçuda; e que
naquele dia, para se mostrar, trouxera na garupa a novata, às carreiras, só de pirraça, para encanzinar,
para tourear a Tudinha, que bem viu, e que apesar dos arrastados de asa daquela moçada e sobretudo
do Nadico, que já a convidara para se acolherar com ele, sentira-se picada, agoniada da desfeita que
só ela e o negro entendiam bem...; por isso é que ela ficou como cobra que perdeu o veneno...
Escuite.
Até hoje me intriga, isto: como uma morena, tão linda, entregou-se a um negro, tão feio?...
Seria de medo, por ele ser mau?... Seria por bobice de inocente?... Por ele ser forçudo e ela,
franzina?... Seria por...

Que, de qualquer forma, ela vingou-se, isso, vingou-se...; mas o resto que ela fez no corpo do
negro? Foi como um perdão pedido ao Nadico ou um despique tomado da outra, da piguancha
beiçuda?...
Ah! mulheres!...
Estancieiras ou peonas, é tudo a mesma cousa... tudo é bicho caborteiro...; a mais santinha tem
mais malícia que um sorro velho!...