ESQUILA
ou
TOSQUIA
Considerações
Gerais
A
ovelha foi sem duvida, um dos primeiros animais domésticos, criados
pelo homem primitivo. Os ovinos primitivos não possuíam o velo
constituído de fibras de lã como atualmente, e sim formado pelos
que continham uma certa quantidade de lã entremeada. É de supor que
os primeiros povos que iniciaram a seleção dos ovinos já com
vistas á produção de lã deveriam habitar as regiões mais frias
onde a pele espécie servia de abrigo também.
Quando
começaram a surgir os grandes e importantes rebanhos e as fazendas
começaram a interessar-se, cada vez mais pela produção de lã, com
a finalidade de aquecimento do corpo, contra os rigores do frio,
então surgiu a tosa de ovinos.
A
tosa, tosquia ou esquila e a mais importante das tarefas referentes a
exploração de ovinos.
A
tosquia e um trabalho de rotina nas fazendas criadoras de ovinos
gaúchas, pois a tosa e a fase final do processo de produção de lã
verificando a qualidade a qualidade e quantidade do produto.
É
de suma importância que a tosa seja bem feita, para valorização da
lã abdita e para contribuição na qualidade e rendimento, tanto
financeiro, como da própria lã.
Para
isto é essencial que a tosa seja executada com o pessoal, com
experiência na atividade. Geralmente esta atividade é exercida pelo
sexo masculino, por tratar-se de um trabalho que emprega a força
para sua realização.
Origem
do rebanho ovino no Rio Grande do Sul
A
criação de ovinos no Rio Grande do Sul, foi diretamente
influenciada pelas colônias espanholas. Os primeiros Ovinos eram
procedentes da Argentina e Uruguai. Mas outros dizem admitem a
hipótese de que os ovinos teriam vindo do oriente.
A
grande falta de dados corretos sobre a história pastoril, aqui no
Rio Grande do Sul, tem dificultado muito nos os estudos sobre a
verdadeira origem dos atuais rebanhos que possuímos, e desenvolve a
cada dia que se passa. Todos os índices nos levam a crer que as
primeiras ovelhas que aqui chegaram pertenciam a raça espanhola
“charrua”, eram criados, de lã grossa e de pequeno porte.
Através
de vários estudos científicos já se admite hoje, que a origem do
rebanho gaúcho, deve-se ao cruzamento dos ovinos de origem oriental
e de raça charrua. Pois tantos os caracteres apresentados pelos
defensores da origem oriental, como algumas características da
ovelha charrua, são apresentadas pelo ovino criolo o qual existem
muitos rebanhos.
A
ovinocultura desenvolveu-se no Rio Grande do Sul devido ás condições
de clima, pastagens, e por apresentar facilidade de criação,
acompanhado de bovinos e equinos, as ovelhas vivem muito bem na
companhia de outros animais, mesmo que não sejam de sua espécie.
Raças
O
nosso rebanho está entre os de mais alta linhagem do mundo, devido
ao cuidado dos estancieiros, especialmente em suas cabanhas e devido
à fecundidade dos campos a boa distribuição das aguadas ao inverno
propicio. Criam-se no Rio Grande do Sul de preferência, as raças
Merino, Merino Australiano, Ideal, também chamada Polwarth, Merilin,
Corriedale, Romney, March, Lincoln< Southdown, Crioula e Karakul.
Mas
ocorre que a República Oriental do Uruguai tem campinas em maior
extensão, se cotejadas com as terras rio-grandense aptas para a
ovinocultura.
O
Uruguai de Paysandu a Rocha de Maldonado a Artigas, traçando-se uma
cruz geográfica através de seus departamentos é toda campanha
pastoril-- enquanto o Rio Grande do Sul apresenta “ilhas de
ovinocultura” as maiores delas a Campanha e o Planalto.
-Algumas
raças atuais:
*Raça
Merino Australiano
Origem:
O Merino Espanhol é considerado um dos ovinos domésticos mais
antigos de todos os conhecidos e é descendente de um ovino selvagem
primitivo natural da Ásia Menor, o Ovis arkal.
Aspecto
geral: É um animal imponente, de aspecto nobre. Bom desenvolvimento
corporal. Constituição robusta. Conformação angulosa. Denota
grande volume de lã. Raça especializada na produção de lã fina,
apresenta um equilíbrio zootécnico orientado 80% para a produção
de lã fina e 20% para a carne.
Aptidões:
Produtora
de lã fina por excelência.
Lã
de grande qualidade e valor industrial.
Elevado
grau de rusticidade e adaptabilidade em regiões pobres e de clima
desfavorável.
Longeva,
produzindo economicamente até idades avançadas. Não se adapta bem
em campos úmidos e baixos. Os cordeiros são bastante vulneráveis
ao nascerem, têm pouca cobertura de lã e muito pouco tecido
adiposo. Os machos são do tipo médio e forte e, quando bem
alimentados, podem produzir capões pesados.
*Raça
Ideal
Origem:
O Ideal é originário da Austrália, onde é também conhecido pelo
nome de Polwarth. Desde algum tempo já eram conhecidos e muito
apreciados os cruzamentos alternativos entre Merinos, Lincoln e
Leicester. Com a finalidade de obter um ovino que mantivesse sempre
3/4 de sangue Merino, com as aptidões desejadas, um grupo de
ovinocultores australianos decidiu fixar pela seleção e
consangüinidade o tipo desejado, utilizando cruzamentos entre Merino
e Lincoln, ambos puros de pedigrée. É considerada, como data de
formação da raça Ideal, o ano de 1880.
Aspecto
geral: O Ideal é uma raça orientada mais no sentido da produção
de lã, portanto com mais ênfase para os caracteres laneiros; o seu
equilíbrio zootécnico é orientado 70% para a produção de lã e
30% para a carne. É um ovino de porte médio, bem constituído,
denotando vivacidade e vigor, ostentando um velo volumoso. A sua
conformação é bem equilibrada e denota bem suas aptidões de
rusticidade e produção de lã fina.
Aptidões:
Raça
rústica e prolífica.
Produz
bem no sistema extensivo.
Lã
de grande qualidade e valor industrial.
Em
boas condições de alimentação, produz um bom cordeiro para o
abate e bom capão.
*Raça
Corriedale
Origem:
O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os
cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln
e Border Leicester, com a finalidade de produzirem animais com boa
produção de lã de finura média, com comprimento de mecha e de
carcaças de bom peso e qualidade. Em 1879, o ovinocultor James
Little, em seu estabelecimento denominado "Corriedale", na
Nova Zelândia, com a finalidade de produzir um ovino de dupla
aptidão, carne e lã, escolheu 4.000 ovelhas puras "Merinas"
e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes
acasalamentos, James Little selecionou 1.000 ovelhas e 20 machos e
acasalou-os. Na produção assim obtida ele fez uma rigorosa seleção,
apartando somente os animais cujos caracteres correspondiam
plenamente a um ovino de dupla aptidão, num equilíbrio de 50% carne
e 50% lã. Através de consangüinidade e seleção fixou o tipo
zootécnico e racial que havia programado. Outros criadores, visando
os mesmos objetivos de James Little, fizeram cruzamentos do Merino
com Leicester e Border Leicester. Admite-se que o atual Corriedale,
além de Merino e Lincoln, possue pequeníssima percentagem de sangue
Leicester e Border Leicester. O Corriedale foi oficialmente
reconhecido como raça pura em 1911, quando foi criado o Flock Book
pela "The Corriedale Sheep Society".
Aspecto
geral: O ovino Corriedale tem que ter bom porte e deve dar a
impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição, que
se manifesta em sua conformação, própria para a produção de
carne e lã. Deve ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o
que lhe confere uma boa capacidade de deslocamento. Sendo um ovino de
duplo propósito, com um equilíbrio zootécnico orientado 50% para a
produção de lã e 50% para a produção de carne, deve ser um
animal muito equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído
e um velo pesado, extenso e de boa qualidade.
Aptidões:
Raça
rústica e prolífica.
Produz
bem no sistema extensivo.
Lã
de boa qualidade e valor industrial.
Em
boas condições de alimentação produz um bom cordeiro para o abate
e bom capão.
*Raça
Romney Marsh
Origem:
Raça de origem Inglesa, também conhecida pelo nome de Kent, condado
onde foi criada desde a antigüidade, sem infusão de sangue
estranho. Os antecessores desta raça já eram criados na época das
Cruzadas, vivendo sempre isolados das demais raças inglesas, tendo
havido apenas uma tentativa de melhorá-Ia com a introdução de
sangue Leicester, cujo resultado não agradou, sendo o procedimento
logo abandonado. Há dois séculos os ovinos desta raça eram animais
grandes, de inferior qualidade, tinham a cabeça grande, pescoço
fino e comprido, membros longos e finos, velo escasso e lã muito
grosseira. O melhoramento da raça foi um processo demorado, no qual
foi empregado sistematicamente o método de seleção visando a
obtenção de um ovino para carne, descuidando da produção de lã.
Levado para a Nova Zelândia, o Romney foi orientado para o duplo
propósito, melhorando a sua aptidão laneira, resultando na formação
de uma raça produtora de carne 60% e lã grossa e longa 40%. Na
formação do Romney Marsh, além do método de seleção, foi também
usada consangüinidade. Em 1897 foi criado o primeiro registro
genealógico da raça "Kent or Romney Marsh Sheep Breeder
Association"; entretanto documentos antiqüíssimos mantidos na
Biblioteca da Catedral de Canterbury, fazem referência a rebanhos
existentes no ano de 1275, no "Priorato de Christchurch".
Aspecto
geral: O Romney Marsh deve ter o aspecto geral de um animal compacto,
vigoroso e bem implantado, denotando vivacidade e nobreza racial.
Sendo uma raça desenvolvida e aperfeiçoada mais para a produção
de carne, deve ser grande, com boa carcaça, possuindo membros fortes
e vigorosos. É uma raça de duplo propósito, apresentando um
equilíbrio zootécnico orientado 60% para a produção de carne e
40% para a produção de lã grossa. A conformação carniceira e a
constituição robusta são, portanto, os principais atríbutos que o
ovino Romney Marsh deve ostentar.
Aptidões:
Produtor
de carne e lã, com maior ênfase econômica para a carne.
Extremamente rústico, suportando bem as condições de campos
úmidos. Em criação extensiva, os capões chegam a atingir 80 a 90
Kg.
Os
cordeiros são bastante precoces, de rebanho bem definidos, chegam a
produzir de 28 a 30 Kg aos 5 meses de idade e a campo.
*Raça
Hampshire Down
Origem:
A raça Hampshire Down teve como berço os condados de Wilts, Hants e
Dorset, no sul da Inglaterra, região bastante fértil e levemente
ondulada, conhecida popularmente como West Downs. Os seus ancestrais
eram ovinos primitivos que pertenciam a duas raças: Wiltshire e
Berkshire Knots. Os Wiltshire eram grandes, com cara e patas sem lã
e com chifres recurvados para trás, e os Berkshire Knots possuíam a
cara e as patas negras. Ambas apresentavam animais de corpo estreito,
com pernas longas, prolíficos e rústicos, mas com pouca cobertura
muscular. Procurando melhorar a aptidão carniceira destes ovinos, os
criadores aperfeiçoaram o sistema de alimentação e iniciaram os
cruzamentos com a raça Southdown, que foi introduzida nos rebanhos
Wiltshire e Berkshire no início do século XIX. A partir de 1845, o
conceito de precocidade, qualidade e engorde modificou o sistema de
criação, iniciando o aperfeiçoamento desta raça, cujo principal
cultor na época foi Mr. Wm. Humphries, que conseguiu fixar um tipo
bastante uniforme mediante o emprego de consangüinidade. Em 1889,
foi criada na Inglaterra a "Hampshire Down Sheep Breeders
Association", com sede em Salisbury, e, em 1890, editou-se o
primeiro Flock Book do Hampshire Down.
Aspecto
geral: Ovino de tamanho grande, conformação harmoniosa e
constituição robusta, compacto e musculoso, evidenciando, à
primeira vista, grande definição racial e sua especialização como
produtor de carne.
Aptidões:
Raça
especializada na produção de carne.
De
boa capacidade de adaptação aos diferentes meios e regimes de
criação.
Precoce,
pois os cordeiros bem alimentados atingem 35 Kg de peso vivo aos 3 ou
4 meses, com rendimentos de carcaça de 45 a 50% e com pesos de 14 a
18 Kg.
Carcaça
de boa qualidade.
Boa
fertilidade e prolífica, atingindo índices de nascimento de 140%.
Muito
indicada ainda para cruzamentos industriais.
*Raça
Texel
Origem:
A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome, na Holanda, cujo
solo é, em sua maioria, arenoso, sendo em parte acima e em parte
abaixo do nível do mar (polder). A vegetação era muito pobre e os
antigos ovinos aí existentes eram de pouco desenvolvimento, tardios,
pequenos, não eram prolíficos, de velo leve e lã de mediana
qualidade, entretanto, a sua carne era magra e saborosa. Em fins do
século XIX e início do século XX, a ovinocultura da ilha começou
a sofrer modificações. Graças ao emprego cada vez maior de
adubação nos solos da ilha, o que veio a proporcionar melhores
pastagens, a alimentação dos ovinos melhorou muito. Por esta mesma
época, os criadores passaram a cruzar as antigas ovelhas locais com
carneiros de raças inglesas. Segundo a tradição oral da região,
provavelmente foram utilizados reprodutores Leicester, Border
Leicester e Lincoln, sendo que também é provável que tenham feito
algum uso de carneiros Southdow, Hampshire e Wensleydale. Entretanto,
de todas as raças utilizadas, parece que a Lincoln é a que mais
influenciou na formação do Texel. Depois de certo tempo de
experiência de cruzamentos, os criadores voltaram a utilizar os
reprodutores puros da antiga raça da ilha. Graças ao melhoramento
da alimentação e mais especialmente ao trabalho bem orientado de um
grupo de ovinocultores, que entre outros procedimentos empregaram um
bem adequado método de seleção, surgiu na ilha uma nova raça
Texel, tal como a conhecemos atualmente.
Aspecto
geral: Ovino de tamanho médio, tendendo para grande, muito compacto,
com massas musculares volumosas e arredondadas, constituição
robusta, evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão
predominantemente carniceira. Atualmente é considerada uma raça de
carne e lã, pois, a par de uma carcaça de ótima qualidade e peso,
produz ainda apreciável quantidade de lã.
Aptidões:
Rústica,
produzindo bem no sistema extensivo e semi-intensivo.
Produz
um ótima carcaça, com gordura muito reduzida.
Precoce,
pois em condições de pastagens, entre os 30 e 90 dias de idade, os
cordeiros machos têm ganhos de peso médio diário de 300g e as
fêmeas de 275gramas. Aos 70 dias de idade, os machos bem formados
atingem 27 Kg e as fêmeas, 23 Kg.
Prolífica,
pois atinge índices de nascimento de 160%, tendo atingido na França
índices de 190 até 200%.
Os
carneiros atingem pesos de 110 a 120 Kg e as fêmeas adultas 80 a 90
Kg e, já tendo ultrapassado tais pesos, os carneiros tratados já
atingiram 160 Kg e as ovelhas também tratadas, já atingiram mais de
100 Kg.
*Raça
Ile de France
Origem:
O berço da raça é a França, na região da bacia parisiense,
denominada Ile de France. A partir de 1816, técnicos franceses
iniciaram cruzamentos de ovelhas Merino Rambouillet com reprodutores
New Leicester (Dishley), importados da Inglaterra. O objetivo era
obter um ovino que reunisse a qualidade laneira do Merino com a
aptidão carniceira do New Leicester. Os cruzamentos foram dirigidos
por August Yvart, Inspetor Geral do Estado e professor da Escola
Nacional de Veterinária de Alfort; daí a raça ser também
conhecida inicialmente por raça de Alfort. Em 1875 participou da
Exposição de Paris sob a denominação de Dishley-Merino. Em 1920 a
raça recebeu uma infusão de sangue Merino Cotentin, com a
finalidade de eliminar pigmentos escuros da pele do focinho. Em 1°
de fevereiro de 1922, foi criado o Flock Book, sendo que a raça veio
a receber a denominação definitiva em 23 de fevereiro de 1923,
quando da fundação do Sindicato dos Criadores da Raça Ile de
France, em consideração ao nome da região de origem.
Aspecto
geral: É um ovino de grande formato, constituição robusta e
conformação harmoniosa, típica do animal produtor de carne.
Atualmente é considerada uma raça de duplo propósito, com um
equilíbrio zootécnico orientado 60% para a produção de carne e
40% para a produção de lã.
Aptidões:
Produz
uma carcaça pesada e de muita qualidade.
Muito
precoce.
Os
cordeiros têm muito bom ganho de peso: aos 70 dias pesam 23,2 Kg.
Dos 10 aos 30 dias de idade, têm ganho de peso diário médio de
242g e, dos 30 aos 70 dias, têm ganho diário médio de 287g.
As
ovelhas pesam cerca de 80 Kg e os carneiros atingem pesos de 110 a
160 Kg.
Muito
prolífica, atingindo médias de nascimentos de 160%.
Produz
cordeiros em diferentes épocas do ano.
*Raça
Suffolk
Origem:
Oriunda dos condados de Norfolk, Cambridge, Essex e Suffolk, no
sudoeste da Inglaterra, foi formada a partir do cruzamento de
carneiros Southdown com ovelhas selvagens de Norfolk. Estes ovinos
nativos caracterizavam-se por terem os membros pretos, serem ambos os
sexos aspados. Eram muito rústicos, ativos, de velo leve e
conformação defeituosa, de esqueleto forte e membros compridos, mas
muito prolíficos e, desde a antigüidade, eram muito apreciados pelo
sabor de sua carne. A influência da raça Southdown, usada desde
1800 até 1850, determinou o desaparecimento dos chifres, melhorou a
conformação e precocidade, sendo fixado o tipo por cruzamento e
seleção. Desde o ano de 1810 foi considerada como raça,
denominando-se primeiramente como Southdown Norfolk. Em 1859, a
Associação de Agricultura admitiu exemplares para concorrerem nas
exposições agrícolas e, em 1886, foi fundada a Sociedade de
Criadores de Ovinos Suffolk (Suffolk Sheep Society) cuja sede é no
condado de Suffolk.
Aspecto
geral: O Suffolk é um ovino de grande desenvolvimento corporal, de
constituição robusta e de conformação tipicamente carniceira. O
seu corpo é comprido e musculoso, as extremidades desprovidas de lã
e revestidas de pêlos negros e brilhantes. A postura de sua cabeça
e formato das orelhas, fazem do Suffolk um ovino inconfundível. Logo
à primeira vista, o Suffolk impõe a sua condição de raça
carniceira.
Aptidões:
Grande
capacidade de adaptações a diferentes climas.
Rústica,
mas necessita de boa alimentação.
Muito
precoce.
Muito
prolífica, com índices de nascimento de até 165%. Parto fácil,
principalmente por causa do formato longo e estreito da cabeça dos
cordeiros ao nascerem.
Cordeiros
com grandes ganhos de peso ao dia, até 450 gramas.
Ótimo
rendimento de carcaça (50 a 60%).
Carcaça
de ótima conformação e com pouca gordura externa.
Os
carneiros têm uma libido muito forte.
As
ovelhas têm muita aptidão materna.
Os
cordeiros nascem inteiramente pretos e vão branqueando até os 4 a 5
meses de idade.
Os
machos adultos atingem e ultrapassam facilmente os 150 Kg. A lã tem
muita resistência, o que a torna apta para a fabricação de
carpetes, estofados e forrações.
Criadores
de Ovelhas
Os
três municípios maiores criadores de ovelhas são, no Estado,
Uruguaiana (6.500quilômetros quadrados) com 1.345.000 cabeças;
Alegrete (7.820 quilômetros quadrados) com 1.160.000 ovinos;
Livramento (6.920 quilômetros quadrados) com 950.000 ovinos, vindo
logo Bagé, Quarai e Dom Pedrito.
Esquila
ou Tosquia
o
Rebanho que vai ser tosado deve ser totalmente limpo examinado a fim
de estar limpo de matérias estranhas que tenham aderido ao velo.
Para
isto o lote ser tosado é trazido na tarde anterior para o galpão ou
mangueira. O tosador recebe o rebanho já preso ou aprisionado.
A
tosa bem feita valoriza a lã obtida, pois contribui para o aumento
da qualidade da lã, advindo daí um melhor e maior rendimento
econômico.
Na
tosa a martelo se utilizam-se tesouras de aço, de 30 cm de
comprimento aproximadamente, de duas folhas, é a tesoura comum, a
mesma que se usa para tosar crinas de cavalo.
A
época em que a tosa deve ser efetuada,
apenas uma vez por ano, porque é necessário 12 (doze) meses, para
que lã tenha o comprimento normal das mechas, para ser tosquiado.
A
tosa deve ser executada de preferência,
a época que antecede aos grandes calores. Inicia-se em outubro
estendendo-se até meados de dezembro, pois provavelmente nesta
épocas o frio já passaram, não podendo mais causar a morte de
muitos ovinos, por estarem desprotegidos do seu abrigo natural. Por
esse motivo a tosa é sempre feita entre a primavera e o verão. Daí
que o criador realiza esse trabalho, no
momento mais adequado as vantagens particulares, ele não pode
esquecer, também, a época do amadurecimento de certas forragens
nativas, cujas sementes aderem aos velos causando grande depreciação
a lã.
Nesta
época é facilitada
a realização da tosa, porque os animais já estão refeitos dos
prejuízos da estação do inverno, e já readquiriram a suarda
perdida pelas chuvas e frios do inverno, voltando a apresentar em sua
lã a suavidade necessária, devido á gordura existente feri-se o
animal.
Tem-se
por costume iniciar a tosa numa segunda-feira, para poder aproveitar
a semana toda.
Uma
das coisas que os criadores cuidem e observam é a influência da
lua. Segundo eles, a lua nova seria a ideal para a realização da
tosa. Esta preferência é devido à
crença de que haveria um crescimento mais rápido da lã, o que
proporciona um velo de qualidade superior, para o próximo ano.
Já
a lua quarto minguante,
tem efeito contrário. Faz com que o velo tenha um crescimento lento,
acarretando, para a próxima tosa, lã de baixa qualidade, qual traz
sérios prejuízos aos criadores.
O
mês de dezembro é o preferencial, por alguns fazendeiros, para a
prática da tosa, por tratar-se da época, em que a lã pesa bem
mais, os animais apresentam-se mais gordos, de forma que facilita o
deslizamento da tesoura, tornando-se mais fácil a tosa e não há a
possibilidade de cortar ou ferir o animal.
O
essencial para a tosquia deve ser procedida é que o piso seja de
cimento ou madeira, a fim de garantir a limpeza, quando não se
possui nenhuma dependência assoalhada, improvisa-se um tablado ou
lona limpa.
A
tosquia é feita pelos próprios empregados da fazenda ou por
tosquiadores que trabalhem geralmente em grupos quadrilhas,
realizando o serviço por contrato.
Em
primeiro lugar são presas as patas dianteiras, efetuando-se ai, a
tosa da lã de “garreiro” e a “barrigueira”. Podendo-se
também prender somente as patas traseiras, com a mesma finalidade, a
seguir maneia-se as quatro patas cruzadas, a fim de mobilizar o
ovino.
Existem
alguns tosadores que iniciam a tosa pela barriga, e vão até as
patas traseiras, virando o animal e seguindo pelo lado direito ou
esquerdo, dependendo da preferência do tosador. O animal é
inteiramente tosado, de um lado até o lombo, após virar o animal,
conclui-se a tosa propriamente dita, deste a cabeça, pescoço, corpo
e patas.
O
número de animais que um homem pode tosquiar depende da sua
habilidade, do tipo e tamanho dos animais e do processo de tosquia.
Quando ele usa a tesoura manual ou martelo, um bom tosador pode obter
a média de 30 animais em 8 (oito)horas de trabalho. No trabalho com
máquina, o número o número pode se elevar até 80 (oitenta)
animais, podendo chegar até 150 (cento e cinquenta), pois se ocupa
apenas de 5 (cinco)a 6 (seis) minutos por
animal.
Não basta que o trabalho seja executado com rapidez, é preciso em
primeiro lugar, que não corte o animal, o que é muito comum quando
não existe bastante prática e cuidado do tosquiador, o mesmo pode
acontecer com a tesoura se não houver cuidado suficiente do
tosquiador.
*Tosa
propriamente dita com tesoura
*Tosa com maquina
Cura após tosquia
Os
animais podem sofrer ferimentos de tamanho e profundidade vari[áveis,
dependendo da maior ou menor habilidade do tosador, bem como da
contenção do animal.
Os
ferimentos são causados por beliscões, provocados pela tesoura na
pele do animal, devido a alguma ruga ou pressão exagerada da tesoura
sobre o animal.
Esses
ferimentos podem ser causadores de bicheiras, através da deposição
de larvas (vareja), pelas moscas causando perdas econômicas, pelo
debilitamento do animal, ás vezes até a morte, além do sensível
aumento do serviço na propriedade. Esses problemas são evitados,
quando, por ocasião dos ferimentos, o tosador usa meios preventivos,
os mais diversos. Alguns utilizam o carvão, óleo queimado entre
outros.
Esses
mecanismos evitam a aproximação das moscas, pela estagnação do
sangue, talvez, pela mudança de odor, já que agem como repelente.
Também
é usado por alguns, apenas para citar, já que não se constitui em
folclore, o emprego de produtos farmatológicos, como mata bicheiras,
produtos em spray, pomadas.
***Material retirado do acervo de livros do IGTF.
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